70% das mulheres que tiveram câncer de mama têm problemas na vida sexual



Segundo um novo estudo, 70% das mulheres que tiveram câncer de mama também tiveram problemas na cama.
Os resultados foram baseados em uma pesquisa com cerca de 1.000 mulheres na Austrália, que tinham sido diagnosticadas com câncer de mama invasivo cerca de dois anos antes de responder perguntas sobre seu tratamento contra o câncer de mama e suas vidas sexuais. A idade média das mulheres no estudo foi de 54 anos, e todas tinham um parceiro.
A disfunção sexual não é incomum entre as mulheres nessa faixa etária, e as estimativas de sua prevalência variam muito, mas os pesquisadores consideraram que 70% é um número certamente superior ao que seria esperado em mulheres dessa idade.
82% delas disseram que estavam felizes com sua vida sexual antes do diagnóstico de câncer, mas após o tratamento relataram perda de libido e secura vaginal. Os pesquisadores também descobriram que mulheres que tinham tomado certos medicamentos contra o câncer de mama, chamados inibidores de aromatase, tinham mais probabilidade de ter problemas nessa área.
Mulheres com câncer de mama hormônio-receptor positivo (o que significa que o câncer cresce quando alimentado pelos hormônios femininos) normalmente tomam inibidor de aromatase, ou uma droga chamada tamoxifeno, ambos projetados para bloquear os hormônios da alimentação do tumor.
Porém, o estudo constatou que as mulheres que tomam os inibidores da aromatase são mais propensas a relatar dificuldades sexuais do que aquelas que tomam tamoxifeno. Os dois tratamentos são eficazes, então a escolha de estilo de vida é da paciente.
Uma falha do estudo é que ele não levou em conta se as mulheres que estavam na pós-menopausa, o estavam naturalmente pela idade ou como resultado de tratamentos de quimioterapia. Os pesquisadores disseram que é muito comum que as mulheres cuja menopausa foi causada pela quimioterapia tenham sintomas mais severos, porque o corpo não se ajusta ao longo do tempo, como acontece com a menopausa natural.
O problema relatado no estudo não é novo e permaneceu estagnado desde que surgiu. A principal conclusão que os pesquisadores chegaram foi que falta aconselhamento médico. Os médicos não fazem perguntas sobre a vida sexual das pacientes, o que foi constatado pelas mulheres do estudo, que eram tratadas em bons centros de saúde. Segundo eles, se os médicos e psicólogos não perguntarem, as mulheres não vão falar. E não poderão ser ajudadas. [LiveScience]
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