Pessoas que são muito grudentas em um relacionamento são mais susceptíveis a terem problemas na cama. O mesmo vale para o extremo oposto: quem se distancia do parceiro e o trata com indiferença também pode ter mais insatisfação com a vida sexual.
A conclusão surgiu de um novo estudo da Universidade Deakin, na Austrália, em que cientistas analisaram pesquisas que relacionavam diferentes tipos de apegos em relacionamentos e satisfação sexual.
Os pesquisadores constataram dois estilos de personalidade que afetam o relacionamento não só no cotidiano, mas também no sexo. Um deles é o apego ansioso, em que as pessoas são pegajosas por medo de rejeição e abandono. Em poucas palavras, o conhecido relacionamento do tipo "chiclete".
Já no apego evitativo, os indivíduos se sentem desconfortáveis com a proximidade e dependência, por isso tratam o parceiro com indiferença. Ambos os estilos são considerados "inseguros", em contraste com o apego "seguro", que não é nem pegajoso, nem indiferente.
Insegurança no relacionamento
Homens e mulheres que se enquadram no tipo de personalidade insegura relataram menos satisfação sexual do que pessoas que se sentem seguras em sua relação. Mulheres inseguras são mais propensas a ter menos excitação sexual, problemas com a lubrificação e dor durante o sexo. Os homens inseguros relataram disfunção erétil.
Os tipos de personalidade também interferem na frequência do sexo. Quem se senteinseguro em relação ao parceiro – e não desgruda dele – tende a desejar relações sexuais com mais frequência, por ansiedade e para reduzir a insegurança. Por essa razão, esses indivíduos podem acabar colocando o sexo em primeiro plano no relacionamento e ter medo da rejeição sexual. Essa ansiedade, entretanto, pode ter consequências contrárias, como a disfunção erétil.
Em contrapartida, as pessoas que evitam o parceiro tendem a ter relações sexuais com menos frequência. Quando a relação sexual acontece, a personalidade reflete em falta de desejo sexual, excitação e orgasmo. De certa maneira, é uma forma de se distanciar do parceiro.
O que fazer para reverter esse quadro?
A insatisfação sexual não é um problema de simples resolução. Isso porque tanto a personalidade grudenta quanto a independente raramente surgem com os relacionamentos. A forma como a pessoa atua com o parceiro e a maneira como ela age na cama pode vir da infância, de acordo com psicólogos.
Pesquisadores sugerem que quando as crianças sentem que seus familiares estão sempre disponíveis, eles se sentem seguros. Só que, mesmo quando pais e familiares estão disponíveis, se o relacionamentos com as crianças for fraco e inconsistente, elas podem crescer ansiosas e desenvolver um apego pegajoso, como forma de obter atenção e cuidados.
Se os familiares e entes queridos são percebidos como indisponíveis, as crianças podem se desenvolver comportamentos de esquiva, tentando se tornar autossuficientes, o que, mais tarde, se reflete em tratar o parceiro com frieza e indiferença.
Os jovens relatam com frequência que o sexo é um problema no relacionamento – quando deveria ser justamente o contrário. Por isso é importante compreender o desenvolvimento da pessoa insatisfeita com sua vida sexual e com problemas de ereção ou excitação. Isso pode ser fundamental para solucionar o problema. [LiveScience/Deakin]
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