“O PT não pode permitir uma imprensa livre por que esta é incompatível com seu plano de poder e de controle da informação na sociedade”

Ou a imprensa é livre, independente - e privada - ou é órgão de propaganda (Foto: Reprodução)

Ou a imprensa é livre, independente - e privada - ou é órgão de propaganda (Foto: Dedoc / Editora Abril)
Artigo do leitor e amigo do blor Milton Simon Pires
CONTROLE DE IMPRENSA – EMIR SADER E AS ILUSÕES GARANTIDAS
Ilusões Perdidas é uma das obras primas de Balzac.
Romance que tem como personagem principal o jovem Lucien Chardon, é uma crônica social da França do século XIX no período da Restauração. Narra principalmente a decepção do jovem poeta interiorano que, em meio a hipocrisia de Paris e tendo falhado como escritor, procura no jornalismo o caminho para o sucesso.

Sem Lei de Imprensa ou Fórum Nacional para Democratização das Comunicações, imagino que o sofrimento de Lucien ao enfrentar os interesses da mídia privada seria um prato cheio para o nosso Emir Sader quando escreveu “Imprensa livre é imprensa privada?” (Emir Sader – Carta Maior – 28/10/2009).
Neste dia primeiro de março, o Diretório Nacional do PT manifestou-se mais uma vez sobre o tema e, naquilo que se chama “aviso da história”, deixou explícitas as suas intenções sobre o assunto.
Para sabermos se existe ou não risco de censura no Brasil petista não é sobre a natureza da democracia nem sobre a função social da imprensa que devemos pensar. A relação entre sociedade livre e imprensa independente está suficiente estabelecida pela história.
Está mais do que claro que, numa democracia, a imprensa não deve ser controlada pelo governo. Os governos democráticos não têm ministros da informação para decidir sobre o conteúdo dos jornais nem sobre as atividades dos jornalistas; não exigem que os jornalistas sejam investigados pelo Estado; nem obrigam os jornalistas a aderir a sindicatos controlados pelo governo.
Nesse sentido, não é sobre Rosseau, Voltaire, ou Jeremy Bentham que vamos falar aqui para entender a questão da liberdade de imprensa do ponto de vista histórico e filosófico. Vamos, isto sim, recorrer a um filósofo contemporâneo chamado Isaiah Berlin que, ao discorrer sobre liberdade, afirma que esta é basicamente o “direito de ser deixado em paz”.
Este conceito, na obra de Berlin, chama-se “liberdade negativa” em oposição à capacidade do sujeito, através das suas próprias ações, de exercer aquilo que pensa ser a sua liberdade – liberdade esta “positiva”.
Fiz esta breve introdução para dizer que é este, ao meu ver, o “armamento teórico” que alguém precisa portar se quiser enfrentar o Partido dos Trabalhadores no que se refere a questão do controle de imprensa.
O que se impõem, para não ser enganado, é voltar no tempo e compreender, em primeiro lugar a natureza totalitária de uma organização criminosa que, misturando marxismo com religião e o submundo do sindicalismo paulista, apresentou-se como partido político e agora governa o Brasil há 10 anos!
Mesmo que quisesse (e não quer) o PT não pode permitir uma imprensa livre por que esta é incompatível com seu plano de poder e de controle da informação na sociedade.
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