12/11/2013
às 20:30 \ Vasto Mundo
O bom desempenho da economia dos EUA é bom para o Brasil. Há, porém, alguns senões. Vejam quais são
Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros
EUA: ALTO DESEMPENHO E ALGUNS RISCOS – 1
Para quem duvida da recuperação da maior economia do mundo, a divulgação do PIB do terceiro trimestre do ano (2,8% em termos anualizados) foi um banho de água fria.
Para os que creem na recuperação, porém, o dado não foi apenas um alívio em relação ao passado recente, mas uma sólida esperança no médio prazo.
A economia dos Estados Unidos está crescendo de forma consistente, com aumentos sucessivos na taxa de consumo e indicadores de investimento apontando para cima.
O mundo agradece, pois a elevação da demanda norte-americana tira, por ora, os maiores temores em relação à redução da atividade econômica da China.
Não à toa, o mercado de ações dos EUA apresentou elevação de 28%, medido pelo índice S&P 500. Trata-se do terceiro melhor desempenho durante um segundo mandato presidencial desde os anos 1930.
O conservador Obama faz companhia a seus antecessores Clinton e Reagan.
Este espetacular desempenho não indica a existência de uma “bolha especulativa”, mas um saudável desempenho, conforme indicamos. Ou seja, a política de estímulos monetários e fiscais preconizada desde o governo Bush faz sentido e coloca os republicanos do Tea Party sob tiroteio da opinião pública.
EUA: Alto desempenho e alguns riscos – 2
Para o Brasil a recuperação norte-americana é, de um lado, uma boa notícia. Isso porque a economia mundial precisa de alentos de demanda, o que ajuda as nossas commodities.
De outro lado, aumentos de demanda implica em preocupações com
1. a sustentação da política de estímulos fiscais dos EUA e
2. a elevação da taxa de juros básica.
Logo, a equação econômica que combina alta da demanda com elevação dos juros e menos déficit público irá irremediavelmente aumentar o valor do dólar norte-americano. Serão as moedas dos chamados “emergentes” as maiores prejudicadas com a alta do dólar.
O real é uma delas e tem a sua situação agravada pela política fiscal frouxa adotada pelo governo, bem como pela ausência de crescimento econômico, sobretudo devido ao baixo nível de investimento.
Cabe-nos prestar a atenção para a nova dinâmica da economia brasileira pela qual uma maior pressão cambial gera mais inflação e debilita mais a confiança e eleva os juros.
Uma delicada administração econômica que cabe ao ministro Mantega e sua equipe, acostumada a ventos mais favoráveis.
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