Harvard Art Museums/Arthur M. Sackler Museum, Gift of Mrs. Beatrice Kelekian in memory of her husband, Charles Dikran Kelekian, 1984.669 |
Segundo a investigadora que o traduziu, o manuscrito designa-se a si próprio como evangelho, mas tem características muito diferentes dos textos cristãos.
Anne Marie Luijendijk, professora de religião na Universidade de Princeton (EUA) foi a responsável por ter decifrado o documento escrito em copta e que foi traduzido para inglês com o nome "The Gospel of the lots of Mary", agora publicado em livro.
«Quando comecei a decifrar o manuscrito e encontrei a palavra "evangelho" na linha de abertura, esperava ler uma narrativa sobre a vida e morte de Jesus como os evangelhos canónicos, ou uma coleção de ditos semelhante ao Evangelho de Tomé (um texto não canónico)», conta Luijendijk.
Mas o que encontrou foi uma série de 37 oráculos, escritos de forma muito genérica, sendo que apenas alguns mencionam Jesus.
Na página de abertura pode ler-se Escrito «O Evangelho da Sorte de Maria, a mãe do Senhor Jesus Cristo, a quem Gabriel Arcanjo trouxe a boa notícia. O que avançar com todo o seu coração vai obter o que procura. Só não seja de duas mentes».
A professora entende que este antigo manuscrito pode ter sido usado para fornecer orientação ou incentivo para pessoas procurando ajuda para seus problemas ou então foi usado para adivinhação (o facto de ter apenas 75 milímetros e ser possível de esconder numa mão reforçará essa tese).
O texto é propriedade do Museu Sackler da Universidade de Harvard (EUA), doado pela família de um comerciante de antiguidades coptas.
(Mais informações aqui).
Fonte: TSF
Cientistas encontraram a cópia mais antiga que se conhece de um evangelho num papiro, que foi reutilizado para criar a máscara de uma múmia egípcia, revelou à agência Efe um dos responsáveis pela descoberta.
Trata-se de um excerto do Evangelho de São Marcos, descoberto há três anos, e que, agora, um grupo de peritos da Universidade Acadia, no Canadá, reporta como o primeiro manuscrito do Novo Testamento da Bíblia.
Os cientistas creem que a sua origem remonta ao século I da era de Cristo, entre os anos 80 e 90 d.C. Até agora, as cópias mais antigas dos evangelhos datavam do século II d.C.
Os especialistas acreditam que alguém escreveu um excerto do evangelho no papiro e que, depois, outras pessoas reciclaram o material, muito caro na época, para fazer a máscara funerária.
Segundo Craig Evans, um dos responsáveis pela descoberta e especialista em estudos bíblicos, este tipo de máscaras era usada pelas classes mais humildes.
O investigador explicou que São Marcos escreveu o seu evangelho "no final da década de 60, depois de Cristo", e que, graças ao correio, que no Império Romano "circulava quase à mesma velocidade de agora", foi possível "encontrar uma cópia no Egito, na década de 80".
"Uma carta escrita em Roma podia ser lida no Egito numas semanas", sustentou.
Os especialistas creem que São Marcos escreveu o seu evangelho em Roma, aonde se deslocou para acompanhar São Pedro.
Para obterem a data dos papiros, os cientistas socorreram-se de uma técnica que permite desfazer a cola que une os papiros das máscaras sem estragar a tinta, para que os textos possam continuar a ser lidos com a mesma claridade.
No caso do trecho do Evangelho de São Marcos, as pistas foram dadas pelos fragmentos de papiro que formavam a máscara fúnebre, pelo seu desenho e decoração, assim como pelo estilo da escrita e pela datação do material, mediante a técnica do isótopo carbono-14.
Fonte: JN
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