Reportagem publicada pelo Diário da Região trouxe um grande exemplo de cidadania proporcionado pela ação de moradores dos bairros São Marcos, Cidade Jardim e vizinhanças em defesa do meio ambiente.
Eles se organizaram numa grande força-tarefa com o objetivo de despoluir o córrego dos Macacos, principal afluente do rio Preto, que forma a Represa Municipal, a maior fonte de abastecimento do município.
A mobilização não foi um ato isolado de 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
O objetivo é transformar uma área de 58 mil metros quadrados, em toda a extensão da baixada do córrego, em um grande bosque para uso de toda a comunidade.
Inclui a preservação de uma figueira com 20 metros de altura e a restauração de nascentes tomadas pelo entulho jogado nas redondezas e que há anos vem deteriorando a qualidade da água.
A iniciativa popular conta com agentes ambientes voluntários de idades entre 8 e 80 anos, cada um colaborando à sua maneira e de acordo com suas possibilidades e criatividade. Estudantes de arquitetura se interessaram pela causa e também aderiram ao movimento, que agora será reapresentado à administração municipal.
É o empurrão que falta para o projeto ser transformado em ação permanente e ter continuidade nas melhorias.
Por enquanto, a Prefeitura não tem acenado com muito entusiasmo.
Prefere adotar o discurso da dificuldade para se justificar com facilidade. Informa apenas que a área "passa por análise de órgãos ambientais" e adianta que "no local existe um afloramento de água, mas que não forma um curso de água", como determina o Código Florestal, para se criar uma APP, Área de Preservação Permanente.
Mais do que se interessar pela causa dos moradores – que é a causa de todos os rio-pretenses – a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pode e deve estender suas ações em busca de parcerias com a sociedade para diversas regiões.
Outras reportagens do Diário já mostraram que a situação dos mananciais é precária.
Em alguns trechos, o rio Preto chegou a aparecer coberto de tanto lixo que foi possível até caminhar sobre as águas. Situação que se repete no córrego dos Macacos.
Burocracias à parte, o interessante é que os moradores entendem não ser necessário esperar a Prefeitura concluir se aquela é uma área de preservação.
Simplesmente preservam, de acordo com suas possibilidades e dentro dos limites da legalidade.
Que pelo menos sirva de reflexão para burocratas da máquina pública e de exemplo para aqueles cidadãos que, ainda desprovidos de consciência, insistem em ignorar o dever de casa.
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