Quantidades vultosas, líder da quadrilha, organização criminosa,
modus operandi, são algumas das palavras do promotor Rômulo Cordão – que
investiga corrupção do Ministério Público Estadual – usou para definir o esquema
fraudulento descoberto na operação (IL Capo – o chefe).
Nesta terça-feira (25),
em coletiva, o
promotor, revelou que funcionários inexistentes (fantasmas), estagiários e até
uma beneficiária do programa “Minha Casa, Minha Vida” transferiam “mesadas”
para a família do ex-procurador geral de Justiça do Piauí, Emir Martins Filho,
que foi preso na operação e solto hoje por volta das 12h30.
“Existiam outros modus operandi
através de estagiários, inclusive identificamos uma beneficiária do Minha Casa,
Minha Vida, uma pessoa simples que estava na folha de pagamento do Ministério
Público e transferia mesadas para vários integrantes da família do
ex-procurador Emir Martins”, revelou Rômulo Cordão, coordenador do Grupo de
Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A operação foi deflagrada nesta segunda-feira (24) para cumprir
12 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades
de Teresina, Fortaleza, Picos e Palmas.
Na coletiva, Rômulo Cordão confirmou que foram desviados cerca
de R$ 20 milhões nos anos de 2004 a 2008 na gestão do ex-procurador geral.
Ele explicou o esquema e disse que dos 12 pedidos de prisão, 11
são de parentes do ex-procurador geral Emir Martins.
São suspeitos filho, nora,
cunhadas, genro e ex-mulher do Emir Martins.
Para o promotor há provas de formação
de caixa dois e mostrou quanto cada um ganhava. O filho do ex-procurador teria
embolsado, segundo a investigação, mais de R$ 1 milhão.
Enriquecimento ilícito
Rômulo Cordão garantiu que a
investigação apura a evolução patrimonial do ex-procurador geral com
suspeita de enriquecimento ilícito.
“Estamos localizando todo o patrimônio do
procurador, o que posso garantir categoricamente é que era incompatível”.
Queima de arquivos
Segundo o promotor, Emir Martins tentou obstruir a investigação.
“Emir criou obstáculo na
investigação, determinou que queimasse documentos, determinou operação no
sistema da folha de pagamento, criou uma série de obstáculo, por isso a
investigação ficou sob sigilo”.
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