A patente de marechal foi extinta em 1967 após uma reforma no
regramento da força terrestre que pôs fim ao título.
Alguns dos que receberam a 'promoção' no governo Bolsonaro.
Foto: Reprodução
Da Revista Fórum
Entre os generais elevados a tal posto, que não existe mais, exceto em
casos de campanha, estão Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) do governo Bolsonaro,
os ex-comandantes do Exército Edson Leal Pujol e Eduardo Villas Bôas, além de
Sérgio Etchegoyen, que ocupou também o GSI, mas na gestão de Michel Temer.
Enzo Peri e Francisco Roberto de Albuquerque, ex-chefes máximos da maior
organização militar brasileira durante os governos Lula e Dilma
Rousseff, são outros que engrossam a lista de marechais.
Na Marinha e na Aeronáutica, os postos equivalentes ao de marechal são, respectivamente, o de almirante e de marechal do ar, igualmente extintos.
Nessas outras duas organizações militares a nomeação para a posição inexistente
também corre solta. Na listagem disponível no Portal da Transparência é
possível perceber que vários almirantes de esquadra e tenentes-brigadeiros
(postos compatíveis com o de general de exército no Exército) receberam a
“promoção” que deixou de existir há 54 anos. Eles somam 115 nesses dois ramos
militares.
Os ex-comandantes da Aeronáutica Luiz Carlos Bueno, Juniti Saito e
Nivaldo Rossato, que chegaram ao topo da hierarquia da FAB como
tenentes-brigadeiros, figuram no site que divulga os gastos do governo federal
como marechais do ar, da mesma forma que os almirantes de esquadra Roberto de
Guimarães Carvalho, Julio Soares de Moura Neto e Eduardo Bacellar Leal
Ferreira, que chefiaram a Marinha no passado, e que hoje são classificados como
almirantes.
Foi a partir de uma Lei Federal que entrou em vigor em 2019, de número 13.954, que dispõe sobre questões previdenciárias dos militares e que não revogou o ordenamento jurídico anterior, que aparentemente esses generais passaram a figurar como marechais.
Não se sabe qual foi a
interpretação dada pelo governo federal para proceder com tais promoções, até
porque o Ministério da Defesa não esclarece as circunstâncias dessas mudanças
na hierarquia, tampouco a data em que elas ocorreram.
A reportagem da Fórum entrou em contato três vezes com a assessoria da pasta chefiada pelo general Walter Braga Netto, desde a última sexta-feira (30), por e-mail e via plantão do Centro de Comunicação, por WhatsApp, mas diferentemente da área de imprensa de outros ministérios, que respondem prontamente, o Ministério da Defesa ignorou os questionamentos sobre o assunto.
A fala repercutiu entre autoridades e entidades da sociedade
civil, no Brasil e no mundo, e foi classificada, entre outras coisas,
como “execrável”, “estarrecedora” e “deprimente”.
Os filhos de Bolsonaro, todos parlamentares, também costumam
prestar homenagens ao torturador usando camisetas com a foto
do militar já morto.
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