Época Negócios – Blog Tecneira
Guilherme Felittigadgets e invenções
No embalo de uma Consumer Eletronics Shows (CES) que parece obcecada com tablets rivais ao iPad, o Google aproveitou para divulgar mais detalhes sobre a nova versão do sistema operacional móvel Android.
O Android 3.0, de codinome Honeycomb, foi "desenvolvido do zero para aparelhos de tela grande, tablets especialmente", diz Andy Rubin, o executivo responsável pela plataforma, em post no blog Google Mobile.
O vídeo do Google deixa claro porque o foco do Honeycomb são os tablets, a começar pela direção do aparelho: a demonstração é toda feita na horizontal, destacando uma interface com ícones e widgets de conteúdo distribuídos em um ambiente que abusa dos efeitos tridimensionais.
Serviços do Google, como Gmail, YouTube e GTalk, foram repaginados para serem aproveitados melhor em telas maiores.
O Google Maps, especialmente, dá a impressão de aproveitar muito bem a tela maior, com rotas em 3D e navegação no Street View.
Os mapas no Honeycomb já tinham sido demonstrados em dezembro, quando Rubin fez a primeira demonstração pública do Android 3.0 no protótipo de um tablet da Motorola – oficializado na CES, o XOOM tem tela de 10 polegadas, 2 câmeras e acesso a redes WiFi e LTE.
Não é aleatório também o destaque que a demonstração dá à integração do Android com a Google eBookstore, loja online com mais de 3 milhões de livros digitais inaugurada para rivalizar com a Amazon.
A estratégia de ambas as empresas é semelhante: vender livros que rodam no Android, no iOS (o sistema operacional de iPhone e iPad) e no navegador.
Há, porém, uma diferença para cada lado: só a Amazon vende para o Kindle, enquanto o Google suporta todos os leitores eletrônicos rivais, como Nook, da Barners & Noble, e o Sony Reader.
Programado para estrear esse ano, o Honeycomb é importante por mostrar que o Google resolveu apontar seus canhões para o crescente mercado de tablets. Entre os celulares e smartphones, o Android assumiu a vice-liderança em 2010 de maneira fulminante.
Entre os tablets, a concorrência deve ser ainda menor por duas razões: o poder de Nokia e Research in Motion no setor é quase nulo e a parceria com Samsung, Motorola, Lenovo, Asus, Dell e afins inundará o mercado com aparelhos que rodam o sistema operacional.
Em outras palavras: o Honeycomb é o passaporte do Google para equipar grande parte dos mais de trezentos milhões de tablets que deverão ser vendidos só nos Estados Unidos até 2015, segundo projeção da consultoria Forrester.
Se você se lembra como o mercado de computação pessoal se desenvolveu na década de 80, deve ter notado uma semelhança.
Na época, Mac e Windows tomaram caminhos distintos: a Apple fechou seu sistema apenas para seus computadores, enquanto a Microsoft licenciou o seu software, que se popularizou nos anos seguintes pelas mãos de diversos fabricantes.
Guardadas as devidas proporções, o mercado de tecnologia se encaminha para repetir a história nos tablets, com poucas mudanças – o Google é a principal delas.
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