Guilherme Felittiinternet
Na Europa, a Microsoft acaba de entregar de mão beijada para uma organização nascida das cinzas de um antigo rival a liderança do mercado de navegadores.
Em dezembro de 2010, o Firefox (38,1%) passou oficialmente o Internet Explorer (37,5%) como navegador mais usado do Velho Continente, revertendo uma liderança da Microsoft que durava mais de dez anos, segundo dados da StatCounter.
Para a consultoria, o grande culpado pela liderança do Firefox na Europa é o Chrome: o navegador do Google vem erodindo com maior intensidade a participação do Internet Explorer ( IE) que a do Firefox.
A liderança do Firefox na Europa não é uma surpresa.
Na Alemanha, o navegador da Mozilla já era líder desde 2007 e, se levarmos em consideração cada uma das versões dos navegadores, o Firefox 3 já tinha passado o IE 7 na Europa em março de 2009.
Na soma de todas as suas versões, porém, o browser da Microsoft ganhava com vantagem.
No mundo, a tendência se repete. Desde o lançamento do Firefox, em novembro de 2004, o browser da Microsoft perdeu metade da participação de 90% e, em dezembro de 2010, alcançou 45%. Na segunda posição, o Firefox mantém crescimento lento (tem 31%), enquanto vê o Chrome chegar aos 15% em uma trajetória fulminante.
Certas questões não estão claras – quando o IE perderá o posto no resto do mundo? O Chrome tem fôlego para passar o Firefox? No Brasil, por exemplo, a briga é muito mais acentuada entre Chrome e Firefox.
O que, no entanto, é possível afirmar é que a Microsoft abriu mão de defender seu reinado quando, confrontado com a competição, apostou em versões que corriam atrás das novidades dos rivais, em vez de apostar nas suas.
Exemplos? Abas, leitor de RSS, busca na interface e barra de endereços inteligente são todas funções incorporadas ao IE depois que os rivais Firefox e Opera levaram ao mercado. E nem entramos na questão da velocidade, onde o Chrome leva com sobras. Entendeu o "mão beijada" no primeiro parágrafo?
A ironia da história é que a Mozilla Foundations foi fundada por entusiastas que queriam continuar o desenvolvimento do código-fonte do Netscape, navegador pioneiro destronado pelo Internet Explorer na década de 90.
O reinado absoluto do IE durou pouco mais de dez anos e se encaminha para seu fim pelo fantasma do programa que ajudou a enterrar.
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