Escândalo de corrupção envolve senador Gilvam Borges
seg , 16/5/2011
Redação Época
Brasil Tags: 150511, Amapá, ÉPOCA, Funasa, Gilvam Borges, José Sarney, PMDB
Reportagem da edição desta semana de ÉPOCA mostrou mais um caso grave de desvio de dinheiro público, desta vez envolvendo a família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP). Gilvam é mais um dos apadrinhados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), político com uma tremenda capacidade de ter aliados ligados ao mau uso de verbas públicas.
A denúncia de ÉPOCA é mais que outro caso de corrupção. É um caso paradigmático, pois mostra como a corrupção causa mortes. VEJA►►
O órgão público envolvido é, não surpreendentemente, a Funasa. Há três anos, uma força-tarefa federal foi a duas terras indígenas no Amapá e constatou que 20 índios, incluindo recém-nascidos, morreram por negligência e falta de cuidados médicos, causados pelo desvio de verbas públicas. A Polícia Federal investigou o caso, e o resultado é assustador.
Os relatórios da CGU expõem a influência do senador Gilvam nas atividades da Funasa no Amapá. O caso mais significativo envolve um convênio firmado em 2006 entre a Funasa e uma ONG, a Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque (Apitu). Em três anos, a Apitu recebeu R$ 6 milhões da Funasa. Segundo a CGU, o prejuízo para os cofres públicos nesse convênio chegou a R$ 2,8 milhões. O assombro não está na dimensão dos desvios, mas no destino final deles. Depois de receber os recursos do governo, a Apitu repassou R$ 667 mil à AFG Consultores Ltda. Os serviços, diz o relatório, nunca foram prestados. A PF quebrou o sigilo bancário da AFG e mostrou o caminho percorrido pelo dinheiro. Das contas da AFG, os recursos saíram para contas dos comitês eleitorais do PMDB no Amapá, a fim de financiar as campanhas a prefeito de dois irmãos de Gilvam. Um deles, Geovani Borges, compartilha o mandato de senador com o irmão: volta e meia, um sai de licença para que o outro exerça o mandato em Brasília. Hoje quem está no Senado é Geovani. Em julho de 2008, ele exercia o mandato de senador quando a AFG passou R$ 150 mil ao comitê de sua campanha à prefeitura de Santana, no Amapá. Esse dinheiro é quase um terço de tudo o que Geovani declarou à Justiça Eleitoral |
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