☼ Ministro-chefe da Casa Civil de Dilma entra na mira do Ministério Público ☼

Procurador-geral da República afirma que caso da evolução patrimonial de Palocci merece atenção

Contrariando entendimento do presidente do Comissão de Ética da Presidência, Roberto Gurgel disse que fatos que envolvem autoridades devem ser acompanhados

Luciana Marques
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta terça-feira que está acompanhando o caso do aumento do patrimônio no ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o ministro teve um crescimento do patrimônio de 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal.

"Qualquer fato que envolva autoridades públicas merece sempre esse olhar cuidadoso. Agora é preciso realmente reunir as informações para que se possa formar um juízo a respeito", afirmou Gurgel.

Ele disse que analisará os elementos da representação do PPS, encaminhada na tarde desta terça-feira à PGR. Gurgel afirmou também que poderá pedir esclarecimentos ao próprio ministro e à Comissão de Ética da Presidência.

Na representação, o PPS diz que restam muitas dúvidas sobre a evolução do patrimônio de Palocci que precisam ser checadas, como o faturamento da Projeto Administração de Imóveis - empresa do ministro, que tipo de serviços eram prestados pela consultoria, quais eram os clientes da empresa, entre outras. 

"Para afastar qualquer dúvida sobre a retidão e a lisura do comportamento de um importante ministro de estado, seria necessário que a Procuradoria-Geral da República abrisse uma investigação – talvez com o auxílio da Polícia Federal – para investigar os fatos aqui relacionados", diz o texto assinado pelo líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR).

A Comissão de Ética da Presidência informou nesta segunda que não vai investigar a multiplicação do patrimônio de Palocci. O ministro, que recebeu cerca de 1 milhão de reais em salários nos últimos quatro anos, enquanto esteve na Câmara dos Deputados, adquiriu no período dois imóveis que, juntos, somam 7,4 milhões de reais. Em 2006, o então candidato a deputado declarou à Justiça Eleitoral que seus bens somavam 375 mil reais.

Os imóveis teriam sido comprados pela empresa Projeto, de propriedade de Palocci. A companhia, que inicialmente se dedicava a consultorias, mudou de ramo e, pelo menos oficialmente, atua na gestão de imóveis. Tags: casa civil, ministério público, palocci, patrimônio, pgr 

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