Caso Thor: tecnologia de carro dificulta perícia e atrapalha investigação

Peritos pedem informações à empresa fabricante para identificar velocidade do veículo


THOR_carro



 Montagem Divulgação/Arquivo pessoal/Nicson Olivier

Estrutura do carro é semelhante a dos veículos de Fórmula 1, não se enquadrando nas regras conhecidas de criminalística
Carlyle Jr., do R7 | 27/04/2012
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Avaliado em mais de R$ 2 milhões e raridade nas ruas do Brasil, a Mercedes McLaren do filho do empresário bilionário Eike Batista é um mistério para os peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli). 
laudo que pode indicar a velocidade a que Thor dirigia sua supermáquina na hora doacidente — que matou um ajudante de caminhão em março passado — ainda não ficou pronto porque os técnicos nunca haviam analisado um carro desse porte.
Os peritos solicitaram informações à Mercedes, empresa fabricante do carro, para determinar qual a velocidade do veículo no momento do acidente. De acordo com o diretor do Departamento Geral de Polícia Técnico Científica, Sergio Henriques, os elementos que poderiam caracterizar a velocidade da McLaren, tais como marca de frenagem, ponto exato da colisão e avaliação da área de impacto da vítima contra o veículo, ficaram comprometidos.
Isso porque, segundo ele, o modelo tem uma capacidade de frenagem superior aos carros convencionais e a parte frontal é muito baixa (semelhante aos carros de Fórmula 1), não se enquadrando nas regras conhecidas de criminalística. Por causa do impasse, a perícia ainda não terminou e o inquérito policial que investiga o atropelamento teve que ser prorrogado por mais 30 dias.

Até agora, a perícia só conseguiu concluir que o ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos, de 31 anos, não estava no acostamento da rodovia Washington Luís (BR 040), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando foi atropelado.

Em depoimento, Thor disse que Wanderson atravessou no meio da pista. De acordo com a versão relatada pelo estudante, o ajudante de caminhão teria cruzado a via — desde a pista da direita até a pista da esquerda — de forma "inadvertida".
Thor afirmou também que estava a menos de 100 km/h no momento do acidente. Na BR-040, a velocidade máxima permitida é de até 110 km/h. O exame realizado no sangue de Wanderson identificou a concentração de 1,55 grama de álcool por litro de sangue. De acordo com cálculo feito pela Operação Lei Seca, isso equivale a pouco mais de sete latinhas de cerveja ou taças de vinho.
Além disso, os peritos encontraram lata de cerveja e sacola plástica no para-brisa do carro de Thor, o que pode indicar que a vítima carregava bebida alcoólica.

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