Policiais apresentam pacotes confiscados de cocaína numa estação policial em Lima, …
VIENA, 23 Abr (Reuters) - O crime gera cerca de 2,1 trilhões de dólares em receitas globais anuais, ou 3,6 por cento do Produto Interno Bruto do mundo, e o problema pode estar crescendo, disse um alto funcionário da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira.
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"Isso torna o negócio criminoso uma das maiores economias do mundo, uma das 20 maiores economias", disse Yury Fedotov, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), descrevendo-o como uma ameaça à segurança e ao desenvolvimento econômico.
O valor foi calculado recentemente pela primeira vez pelo Banco Mundial e pelo UNODC, com base em dados de 2009, e não há comparações disponíveis, explicou Fedotov em entrevista coletiva.
Falando no dia da abertura de uma reunião de uma semana da Comissão Internacional sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, ele sugeriu que a situação pode estar piorando, "mas para corroborar esse sentimento eu preciso de mais dados".
Ele disse que até 40 bilhões de dólares por ano são perdidos devido à corrupção nos países em desenvolvimento e a renda ilícita com o tráfico de pessoas chega a 32 bilhões de dólares por ano.
"Segundo algumas estimativas, a qualquer momento, 2,4 milhões de pessoas sofrem a miséria do tráfico de pessoas, um crime vergonhoso de escravidão moderna", disse Fedotov separadamente em um discurso.
Ele também citou uma série de outros crimes que rendem muito dinheiro.
O crime organizado, o tráfico ilícito, a violência e a corrupção são "grandes obstáculos" para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, um grupo de metas estabelecidas pela comunidade internacional em 2000 para tentar melhorar a saúde e reduzir a pobreza entre as pessoas mais pobres do mundo até 2015, afirmou Fedotov.
Os grupos criminosos têm demonstrado "impressionante capacidade de adaptação" às ações policiais e a novas oportunidades de lucro, disse um oficial sênior dos Estados Unidos na reunião em Viena.
"Hoje, a maioria das organizações criminosas não tem qualquer semelhança com os grupos familiares hierárquicos de crime organizado do passado", afirmou o secretário-adjunto, Brian Nichols, de acordo com uma cópia de seu discurso.
"Em vez disso, eles consistem de redes soltas e informais, que muitas vezes convergem quando é conveniente e se envolvem em um diversificado leque de atividades criminosas", explicou Nichols, do Departamento de Narcóticos Internacionais e Reforço da Lei dos EUA.
Ele disse que os grupos terroristas, em alguns casos, estavam se voltando para o crime para ajudar a financiar as suas operações: "Há inclusive casos em que os terroristas estão evoluindo para empresários criminosos em seu próprio direito."
(Reportagem de Fredrik Dahl)
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