Ana Luiza Jimenez
quinta-feira, 26 de abril de 201
Lançado em 2002, o Tesouro Direto é um programa que possibilita a pessoas físicas, com recursos disponíveis entre R$ 100 e R$ 400 mil, adquirir títulos públicos pela internet.
O programa foi criado pelo Tesouro Nacional para democratizar e facilitar o acesso a investimentos em títulos federais e às informações sobre a administração e a estrutura da dívida pública brasileira.
Caracterizado como uma aplicação financeira em renda fixa, o Tesouro Direto vem ganhando cada vez mais adeptos.
Em março, mais de 5 mil novos participantes se cadastraram no site do Tesouro Nacional. Com isso, o número total de investidores no fim do mês atingiu a marca de 292 926, representando um crescimento de 21% nos últimos doze meses.
O balanço de março também mostrou que a utilização do programa foi feita, predominantemente, por pequenos investidores, com operações até R$ 5 mil, cuja participação concentrou 54,5% do volume aplicado no mês. Apesar disso, o valor médio por operação, em fevereiro, foi de R$19 mil.
Redução de taxas é vantajosa - Indicada por especialistas a investidores com o perfil mais conservador, que já estão acostumados a investir em renda fixa ou para aqueles que estão começando a se aventurar no mercado financeiro, a aplicação no Tesouro Direto se destaca pela praticidade.
O próprio investidor pode gerenciá-la via internet, direto no site do programa de venda de títulos, por meio de uma instituição financeira credenciada, ou então, no site dos agentes integrados, grupo formado por alguns bancos e corretoras que têm sistemas que fazem uma interface com o sistema do Tesouro Direto. Nesses casos, o investidor cadastrado pode administrar suas aplicações diretamente no site do agente de custódia integrado.
O Tesouro Direto oferece títulos prefixados, pós-fixados e que acompanham a inflação. Os principais títulos disponíveis para compra são as Notas do Tesouro Nacional letra B (NTN-B), que têm taxa prefixada e acompanham o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), indexadas à taxa Selic, e as prefixadas Letras do Tesouro Nacional (LTN) e Notas do Tesouro Nacional letra F (NTN-F).
Segundo o professor especialista em mercado financeiro que ministra cursos na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Mário Amigo, as principais vantagens do Tesouro Direto são o baixo custo, se comparados a outros tipos de investimento, e a possibilidade do pequeno investidor administrar diretamente suas aplicações.
“É cobrada uma taxa de 0,35%, paga à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) e uma pequena taxa na aquisição do papel”, diz. Em alguns casos, também deve-se contabilizar o custo de uma taxa de administração que, no momento, varia entre 0,05% e 1% ao ano, paga a instituição financeira escolhida. Há também bancos e corretoras que não cobram pelo serviço. Veja a lista completa de instituições.
Em termos de tributação, explica o professor, os impostos do Tesouro Direto são os mesmos que incidem sobre as operações de renda fixa: imposto de renda, com taxas de 22,5%, 20%, 17,5% e 15%, dependendo do prazo investido, e também Imposto sobre Operação Financeira (IOF) de 1% ao dia, para investimentos com prazo inferior a 30 dias.
Pontos de atenção - Mesmo com a aparente simplicidade do programa, Mário Amigo, da Fipecafi, diz que futuros compradores de papéis do governo devem se preocupar em ter uma base em economia e entender a nomenclatura utilizada nas operações. “Para adquirir títulos, é preciso ter uma base de finanças, ou seja, entender como funciona esse mercado e o que será investido. Não é preciso trabalhar ou ser formado em finanças, o importante é se informar”, diz ele.
Como títulos do governo são considerados de risco muito baixo pelo mercado, a modalidade é considerada a mais segura de aplicação em renda fixa. Os valores podem ser resgatados antes do vencimento, definido no ato da compra, às quartas-feiras. Nesse dia, são oferecidos novos títulos e o Tesouro garante a recompra dos papéis, pelo valor de mercado.
Apesar da segurança oferecida pelo governo, o professor Mario Amigo analisa que a recompra feita só às quartas-feiras pode ser considerada uma das desvantagens da aplicação, pois resulta em menos flexibilidade para o investidor.
Chegando lá – No site do Tesouro Direto, há um simulador que ajuda a fazer uma previsão de quanto investir em títulos públicos, por mês, para realizar um sonho como a casa própria, uma viagem ou o financiamento dos estudos. A ferramenta bem-humorada também oferece a opção ‘ser um milionário’.
O simulador usa títulos, taxas de compra e vencimentos reais, baseando-se no fechamento do dia anterior ao da simulação. Há opções no curto, médio e longo prazo, com a possibilidade de iniciar o cálculo partindo de uma aplicação fixa por mês ou considerando o valor final do investimento.
O próximo passo é selecionar o prazo e o título do Tesouro Direto.
O resultado, exibido na forma de gráfico, é comparado ao mesmo investimento simulando o investimento na caderneta de poupança, que é a aplicação financeira mais popular do Brasil.
Descubra quanto tempo e dinheiro você precisa investir em títulos públicos para alcançar seus objetivos.
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