E eis uma nova iniciativa – foi proposto vender a Sicília, Nápoles e Sardenha. Esta proposta foi apresentada por Mario Borghezio, deputado europeu pela já mencionada Liga do Norte. O “separatista” está pronto a ceder estes territórios meridionais da Itália a estrangeiros. Na opinião de Borghezio, somente os bilionários russos ou americanos são capazes de vencer a “Cosa Nostra” da Sicília ou a “Camorra” napolitana.
O deputado está convencido também de que, com a venda destes territórios que dão apenas prejuízo, a Itália poderá não somente melhorar a sua situação econômica, mas também amortizar uma parte da sua dívida de dois trilhões de euros.
Mario Borghezio revelou os pormenores desta iniciativa em entrevista à Voz da Rússia.
“Creio que no momento em que o nosso país luta com as consequências da crise econômica grave, a Itália necessita de recursos complementares, que lhe permitam diminuir o fardo da dívida pública, excecionalmente alta, que pesa agora nos seus ombros. Na minha opinião, a única variante admissível é a venda das mais importantes “pérolas” do nosso país. Propus as regiões que manifestaram, elas próprias, o desejo de se tornar autônomas e economicamente independentes.
Vejamos, por exemplo, a Sicília. Uma Sicília independente bem que pode virar uma espécie de Flórida europeia. Mas, para alcançar este objetivo, os sicilianos devem ter acesso à total autonomia. Se não conseguirem levar a cabo esta ideia sozinhos, os russos ou americanos podem ajudá-los com as suas injeções financeiras. Isto ajudará a Sicília a tornar-se uma verdadeira Meca do turismo.
Quanto à região de Campânia, com a sua capital Nápoles, a minha proposta a respeito da máfia tem um caráter puramente provocador. É sabido que esta região está sob o controle total de “barras-pesadas”. Creio, portanto, que quanto mais longe a Campânia estiver da outra parte, relativamente mais bem-sucedida, da Itália, tanto melhor”.
Mas não vai acontecer que esta lógica levará um dia a que toda a Itália seja vendida em leilão?
“Acredito sinceramente que isso não acontecerá. Quanto à Padânia, nós, a Liga do Norte, conseguiremos defendê-la com toda a certeza. Precisamente por isso procuramos separar o norte do resto da Itália para livrá-lo da má gestão e das consequências econômicas terríveis, – o resultado da política adotada por Roma.
Esta política pode destruir o potencial moderno e altamente industrializado que o Norte possui, e infligir um golpe contra toda a Padania, que proporciona postos de trabalho a toda a Itália.
As autoridades oficiais por enquanto não se apressam a reagir a esta proposta original. Mas creio que enquanto a crise pan-europeia continuar na ordem do dia, semelhantes propostas, inclusive as mais inverosímeis, irão surgir em muitos países. Se os problemas na Europa continuarem, quem sabe, talvez chegue a hora de realizar estas ideias”.
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