Uma das publicações mais lidas na Polônia, a revista“Wprost”, de Varsóvia, denunciou relatório da Fundação arqui-verde alemã Heinrich Böll, defendendo que a Alemanha já reduziu suficientemente as suas emissões de CO2 e agora teria o direito de utilizar o poluente carvão como fonte de energia.
O artigo de “Wprost” foi traduzido ao português pela agência Presseurop.
A Fundação Heinrich Böll é de fato um think-thank do Partido Verde alemão.
Os ecologistas são apoiados pelo ministro do Ambiente, Peter Altmaier, que desempenhou um papel importante no regresso do país ao carvão.
Os ecologistas alemães terão perdido a razão? – pergunta a revista polonesa.
Nenhum outro país está construindo atualmente tantas centrais alimentadas a carvão como a Alemanha, que já conta com 23 instalações.
A maioria dessas instalações queimará lignito, o mais poluente dos combustíveis fósseis, com um impacto atmosférico de 150 milhões de toneladas de CO2 (coisa altamente criminosa para os ambientalistas ardidos, julgamento não acompanhado pela evidência e pelo bom senso). E tudo com o apoio dos Verdes, sublinha a “Wprost”.
O lignito ou linhito (em Portugal, lignite ou lenhite) é um carvão formado por matéria orgânica vegetal que se encontra perto da superfície.
A sua extração é relativamente fácil e pouco dispendiosa, mas quando queima origina muita cinza.
O governo alemão decretou a interrupção definitiva, até 2022, de todas as centrais nucleares em atividade, atendendo aos sonhos ecologistas.
No entanto, segundo a revista polonesa, teria sido necessário prever as repercussões desta decisão, o que não aconteceu. Adotada depois da catástrofe de Fukushima, a decisão foi meramente eleitoreira.
A Alemanha vai perder, numa só década, 20% da sua produção de eletricidade, e as fontes renováveis não garantem a queda.
Mais ainda, na crise financeira e econômica europeia, certas vozes se erguem no Parlamento para reclamar a manutenção parcial do setor nuclear.
Mas – oh pasmo! – os Verdes que recusam a energia nuclear se mostram favoráveis ao carvão, contradição inimaginável num partido ecológico.
“Estamos dispostos a aceitar o regresso temporário do carvão como fonte de energia, para poupar a Alemanha dos efeitos devastadores da energia atômica” – explicou Jürgen Trittin, chefe do grupo dos Verdes no Bundestag.
O semanário de Varsóvia se interroga se não há uma convergência inconfessada entre os líderes da indústria energética e os autoproclamados arautos do bem-estar da Terra.
De qualquer modo, escreve, de forma alguma os interesses ambientais primamsobre os restantes, conforme o demonstra o caso lamentável da indústria solar alemã.
O território da Alemanha é aquecido pela mesma quantidade de raios de sol que o do Alasca.
No entanto, a Alemanha dispõe por si só das instalações de células fotovoltaicas com uma capacidade equivalente à de todas as demais instalações repartidas pelo mundo.
“É como se os habitantes do Alasca começassem de repente a cultivar ananases”, declarou recentemente o deputado do partido CDU, Michael Fuchs.
Esses ananases são muito caros para os alemães.
O absurdo de investir no setor da energia solar foi claramente descrito nas publicações do economista Joachim Weimann.
Em sua opinião, se os nove bilhões de euros atribuídos este ano (2012) ao setor da energia solar fossem investidos na energia eólica, o país produziria cinco vezes mais eletricidade, ou seis vezes mais se os investimentos fossem feitos na energia hidráulica.
E não falar das despesas endoidecidas no “combate ao CO2”!
Para reduzir as emissões de CO2 em uma tonelada, bastava investir cinco euros no isolamento de um prédio, 20 euros numa nova central de gás, ou 500 euros na energia solar, diz a revista.
Mas, o governo alemão apoiou incompreensivelmente esta última opção!
Se as despesas a favor das energias renováveis servissem para proteger o ambiente, a energia solar nunca teria existido na Alemanha, diz a revista.
Mas, na verdade, a revolução verde alemã não ocorreu em prol do ambiente – conclui o “Wprost”.
É isso mesmo. Ocorreu em favor de uma ideologia neomarxista, e até de uma “religião” panteísta que não conseguia avançar mostrando seu verdadeiro rosto, voltada até contra o próprio bem da Alemanha que é uma das colunas da Europa.
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