O fascinante “futuro do passado” – ou como um artista francês em 1910 imaginava o século 21►
26/10/2013
A capacidade do ser humano exercitar a imaginação quando se trata de antever o futuro é fascinante. Agora mesmo, em pleno 2013, uma das melhores séries de TV, a inglesa Black Mirror, deixa os telespectadores embasbacados com suas previsões frequentemente sombrias e sempre “fora da casinha”, ainda que muito coerentes com as realidades tecnológicas e morais que experimentamos no presente.
Mais interessante ainda pode ser voltar atrás e rever como nossos antepassados imaginaram o que vivemos em nossa era. Um ótimo exemplo é o trabalho do artista francês relativamente obscuro Villemard. Em cartões postais que datam da primeira década do século passado, ele apresentava ilustrações do que imaginava para o então mí(s)tico Ano 2000.
Como é de se esperar quando analisamos em retrospectivas quaisquer manifestações de futurismo de épocas passadas, há na obra de Villemard algumas projeções bem engraçadas (a começar porque ele se esqueceu de “futurizar” as roupas e penteados).
Mas mesmo estas nos fazem pensar por sua simbologia. Vejam os dois cartões que abrem este post, o que mostra um professor moendo livros e “insertando” os frangalhos diretamente na cabeça dos alunos – com a ajuda de máquinas. Daí se podem extrair interessantes (e atuais) metáforas sobre as tecnologias de transmissão de conhecimento destes tempos.
Ao mesmo tempo, Villemard chegou perto ao imaginar, entre outras coisas, o arquiteto que tritura os livros em uma máquina inteligente cuja função se resumia a erguer, sozinha, a construção. Não é exatamente assim que funciona hoje, mas a intenção de expressar a sofisticação na automação a que chegaríamos – e chegamos – se mostraria uma bola dentro. Como também foi o caso das videoconferências, esboçadas em outros de seus trabalhos.
Apreciem mais deste material enviado pelo caro leitor Ronaldo:
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