Os bancos privados que atuam no Brasil fecharam 6.977 postos de trabalho de janeiro a setembro deste ano, enquanto somente a Caixa Econômica Federal contratou 3.982 trabalhadores no período. Os dados constam da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta terça-feira, 29, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O estudo, feito em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), tem como base os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged).
De acordo com números do Caged, os bancos brasileiros contrataram 30.417 bancários no acumulado do ano até setembro e desligaram 33.177 trabalhadores no período. Com as contratações da Caixa, e como o Banco do Brasil e demais bancos mantiveram quadros, "fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentraram mais uma vez nos bancos privados", destaca a Contraf-CUT.
Para o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, os bancos brasileiros, sobretudo os privados, continuam demitindo os trabalhadores e utilizando a rotatividade para reduzir os salários. "Por isso vamos continuar lutando contra as demissões, por mais contratações e pelo fim da rotatividade, como forma de proteger e ampliar o emprego", afirmou, em nota.
A pesquisa da Contraf-CUT aponta ainda que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e setembro foi de R$ 2.914,63, contra salário médio de R$ 4.594,83 dos desligados. "Isso explica porque, embora com muita mobilização, os bancários tenham conquistado 18,3% de aumento real no salário e 38,7% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu", afirmou Cordeiro.
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