Londres, 4 nov (EFE).- Cientistas britânicos
acreditam ter resolvido o mistério que durante milênios cercou a morte
do faraó egípcio mais famoso, Tutancâmon, que pode ter morrido à idade
de 19 anos enrolado por uma carruagem.
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Essa é a conclusão à qual chegou um estudo da "Egypt
Exploration Society", cujo conteúdo completo será revelado no próximo
domingo em um documentário da rede de televisão britânica "Channel 4".
A pesquisa revela que os restos do chamado "faraó menino" apresentam
ferimentos similares aos que poderia produzir uma colisão com uma
carruagem, segundo divulgou à imprensa o diretor dessa sociedade, Chris
Naunton.
O cientista também acredita que a mumificação de Tutancâmon
fracassou, a julgar pelas evidências de carne carbonizada encontradas em
um exame legista de seus ossos realizado pelo antropólogo Robert
Connolly na Universidade de Liverpool em 1969.
Howard Carter, descobridor do túmulo em 1922, e seu mecenas Lorde
Carnarvon já advertiram então que o corpo do faraó apresentava
misteriosos sinais de queimaduras, o que foi confirmado por Connolly em
suas pesquisas.
O antropólogo também conseguiu determinar através de provas químicas
que a carbonização da carne aconteceu dentro do sarcófago quando os
óleos de embalsamar entraram em combustão pelo contato com o oxigênio e
as telas.
A reação submeteu o cadáver de Tutancâmon a temperaturas superiores
aos 200 graus centígrados e explica, em parte, outro dos mistérios que
rodearam ao faraó: é o único que foi encontrado sem seu coração.
Com todas essas provas sobre a mesa, Naunton trabalhou com o
Instituto Médico Legal Cranfield para realizar uma "autópsia virtual" e
voltar a analisar os traumatismos da múmia.
As feridas de Tutancâmon foram comparadas em um cenário simulado por
computador com as que provocariam o impacto de uma carruagem.
O resultado aponta que o veículo se chocou contra o faraó enquanto
estava de joelhos, o que esmagou sua pélvis e pressionou as costelas
contra os órgãos vitais.
"A carbonização e a possibilidade de que a mumificação fracassada
tenha provocado a combustão espontânea do corpo pouco depois do enterro é
algo totalmente inesperado, algo como uma revelação", declarou Chris
Naunton.
Tutancâmon, da dinastia XVIII, reinou no Egito durante um curto
período da primeira metade do século 1.300 a.C e o fato mais relevante
de seu mandato foi a devolução da influência e do poder aos sacerdotes
de Amón, após a experiência monoteísta de Akenatón.
O líder sempre será lembrado, no entanto, por sua suposta maldição,
que dizem ter levado à morte repentina do Lorde Carnarvon, no Cairo. EFE
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