Dilma está ocupada demais com a Ucrânia para enxergar os venezuelanos abatidos a tiros pelas milícias do companheiro Maduro
Génesis Carmona, de 22 anos, aluna do curso de Marketing da Universidade Tecnológica do Centro, em Valência, morreu nesta quarta-feira depois de baleada na cabeça durante a manifestação contra o governo de Nicolás Maduro promovida na véspera.
A primeira foto mostra Génesis em 2013, quando foi eleita Miss Turismo do Estado de Carabobo. Na segunda imagem, ela aparece nos braços do amigo que a levou de motocicleta ao hospital onde agonizou até transformar-se na quinta vítima fatal dos conflitos na Venezuela.
A marcha na cidade a 170 quilômetros de Caracas, organizada para protestar contra a a prisão do líder oposicionista Leopoldo López (que antes de se entregar aos carcereiros gravou o vídeo reproduzido abaixo), foi interrompida a tiros por uma milícia de motoqueiros a serviço do regime chavista.
Outros oito manifestantes ficaram feridos. Nenhum sofreu lesões tão graves quanto as provocadas pela bala que se alojou na parte traseira do crânio de Génesis.
Também nesta quarta-feira, três dias depois da declaração de apoio a Maduro endossada pelos cinco patetas do Mercosul, o governo brasileiro voltou a tratar de tiroteios internacionais.
Não para lamentar a morte de Génesis Carmona, muito menos para exigir que o companheiro Maduro evite a travessia do atalho que pode desembocar na guerra civil. Numa nota distribuída pelo Planalto, Dilma Rousseff ensinou que é hora de substituir o confronto nas ruas pelo diálogo.
Só que o texto nada tinha a ver com a Venezuela: o tema era a Ucrânia. Dilma tem tanta intimidade com o quadro político da antiga república soviética quanto Lula com a história do Cazaquistão.
A presidente do Brasil resolveu derramar-se em platitudes sobre um país que mal sabe onde fica para passar ao largo da Venezuela cujos governantes conhece bem. Bem demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário