Diagnóstico Teste usa "biópsia líquida" para detectar câncer pelo sangue

Biópsia líquida: Método é relativamente simples, rápido e não invasivo


Técnica analisa pedaços de DNA dos tumores que passam a circular na corrente sanguínea. Estudo comprovou eficácia do exame, especialmente em tumores avançados no pâncreas e ovário

Biópsia líquida: Método é relativamente simples, rápido e não invasivo (Thinkstock)
Um estudo publicado nesta quarta-feira comprovou a eficácia de uma técnica que, em um futuro próximo, poderá permitir o monitoramento do câncer por meio de exames de sangue e, talvez, em um futuro um pouco mais distante, a detecção precoce de tumores pequenos demais para serem percebidos pelos métodos de diagnóstico convencionais. 
Apelidada de “biópsia líquida”, a estratégia é baseada na análise de pedaços de DNA que vazam dos tumores para a corrente sanguínea, chamados de DNA tumoral circulante (ou ctDNA, na sigla em inglês). Eles funcionam como impressões digitais da doença, que os cientistas podem “ler” para extrair informações genéticas essenciais para a caracterização do tumor e a seleção do melhor curso de tratamento.
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A principal vantagem seria a possibilidade de monitorar continuamente a doença por meio de um método relativamente simples, rápido e não invasivo. É uma técnica mais prática do que as biópsias convencionais de tumores, que muitas vezes estão em locais de difícil acesso no corpo, além de ser mais informativa do que o monitoramento de outros marcadores moleculares, como o PSA, relacionado ao câncer de próstata.
“É uma estratégia que, provavelmente, vai ter uma utilidade clínica muito grande”, diz Suely Marie, pesquisadora brasileira do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e uma das autoras do estudo.
A pesquisa, feita por uma equipe internacional de pesquisadores, foi coordenada pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revistaScience Translational Medicine.
Testes — O estudo fez uso do ctDNA na detecção e caracterização de tumores de 640 pacientes com vários tipos de câncer. A eficácia da técnica variou entre 50% e 75%, dependendo do tipo de tumor e do estágio da doença. A eficiência mais alta foi na detecção de tumores avançados do pâncreas, ovários, intestino, bexiga, esôfago, mama e pele. A mais baixa foi para tumores primários nos rins, próstata, tireoide e no cérebro — órgão no qual o trabalho da pesquisadora brasileiras está mais focado.
“Estamos na luta ainda para encontrar biomarcadores eficientes para tumores do sistema nervoso central”, afirma Suely. A dificuldade, neste caso, deve-se a uma barreira natural de membranas que isolam o cérebro e a medula espinhal do sistema circulatório em geral.
A aplicação mais imediata da técnica, segundo Suely, deverá ser no monitoramento de casos de câncer já diagnosticados. As informações genéticas contidas no ctDNA podem dar pistas importantes sobre a melhor maneira de combater a doença, tornando a terapia mais personalizada e, consequentemente, mais eficiente. 

Ômega-3 para prevenir o câncer de pele

O ômega-3, nutriente encontrado em alimentos como salmão, linhaça, castanha e azeite, pode ajudar na prevenção contra o câncer de pele. O nutriente fortalece o sistema imunológico, o que, consequentemente, torna o organismo mais resistente aos danos da luz solar e ao câncer de pele. Adescoberta foi feita por pesquisadores da Grã Bretanha e divulgada  no periódico "The American Journal of Clinical Nutrition".

Aspirina: promessa contra melanomas

O melanoma é considerado o tipo mais agressivo de câncer de pele, pois geralmente resulta em metástase, ou seja, espalha-se para outros órgãos do corpo. Mulheres que tomam aspirina ao menos duas vezes por semana, porém, podem reduzir em até 30% o risco de desenvolverem um melanoma. A conclusão é de um estudo publicado no periódico "Cancer". Segundo os cientistas, o benefício se daria pela ação anti-inflamatória do remédio. Mais pesquisas são necessárias para definir em qual dose a aspirina pode surtir o efeito desejado.   

O primeiro cigarro do dia

Um estudo publicado no periódico "Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention" demonstrou que quanto mais cedo uma pessoa fuma seu primeiro cigarro do dia, maior é seu risco de desenvolver câncer de pulmão ou de boca. Fumar imediatamente após acordar eleva no sangue os níveis de uma substância chamada NNAL, associada a esses tipos de câncer. Os índices podem ser menores caso o fumante acenda o primeiro cigarro meia hora depois de acordar.

Gordura saudável para homens

Substituir os carboidratos e a gordura animal provenientes de carnes vermelhas e alimentos processados por gordura de origem vegetal, encontrada principalmente no azeite de oliva, nozes e abacate, pode ser benéfico para os homens diagnosticados com câncer de próstata. A opção pela gordura considerada saudável reduz a chance de propagação da doença, segundo uma pesquisapublicada no periódico "JAMA"

Alerta à poluição

Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar a poluição do ar como um fator cancerígeno. A organização afirma que a exposição ao ar poluído aumenta a chance de câncer de pulmão e bexiga — em 2010, a poluição causou 223 000 mortes por câncer de pulmão em todo o mundo. Um estudo publicado também neste ano, na revista "The Lancet Oncology", reforçou a relação entre o ar poluído e a elevação do risco cancerígeno. 

A ameaça do diabetes

Os portadores do diabetes têm um risco maior de desenvolver câncer de mama e de cólon e de falecer em decorrência dessas doenças do que os não diabéticos. É o que sugere o resultado de uma análise de vinte pesquisas realizadas entre 2007 e 2012, divulgado no Congresso Europeu de Câncer. De acordo com os pesquisadores, os pacientes diabéticos que participaram dos estudos tiveram mais risco de desenvolver câncer de mama (23%) e de cólon (26%) do que os demais pacientes.

Surpresas no combate ao câncer 

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Vacina contra HPV

A vacina contra HPV era utilizada apenas para proteção contra tumores da vagina, vulva e colo do útero em mulheres, e para verrugas genitais em ambos os sexos. Neste ano, foram descobertos mais dois benefícios da vacina — a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou sua indicação para a prevenção do câncer anal em homens e mulheres, e a Organização Mundial da Saúde mostrou que a vacina protege também a garganta. Segundo a OMS, um estudo mostrou que a vacina reduz em 93% as infecções orais provocadas pelo HPV, que podem causar cânceres de orofaringe (popularmente conhecidos como cânceres de garganta).

Dieta leve

Uma dieta com poucas calorias pode potencializar os efeitos do tratamento contra o câncer. Essa foi a conclusão de uma pesquisa divulgada no periódico "Blood". Segundo os pesquisadores, ao ingerir menos calorias, a quantidade de nutrientes disponíveis para as células se torna menor. Assim, o metabolismo fica mais lento e a produção de algumas proteínas acaba sendo limitada, entre elas, uma associada ao surgimento de diversos tipos de câncer. 


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