Segundo pesquisa, tomar remédios para manter a taxa inferior a 12 não diminui o risco de doenças cardiovasculares
Pacientes hipertensos muitas vezes são tratados para atingirem a menor taxa possível de pressão arterial sistólica(Thinkstock)
Um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Jama Internal Medicine mostrou que tomar remédio para manter a pressão arterial sistólica (máxima) abaixo de 12 pode não diminuir o risco de doenças cardiovasculares. "Nosso estudo demonstrou que a taxa ideal de pressão arterial sistólica para hipertensos é entre 12 e 13, nível que reduz significativamente os riscos de AVC, ataque cardíaco e insuficiência cardíaca. Não é preciso ir aquém disso", diz Carlos J. Rodriguez, líder do estudo e professor associado do Centro Médico Wake Forest Baptist, nos Estados Unidos.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Systolic Blood Pressure Levels Among Adults With Hypertension and Incident Cardiovascular Events
Onde foi divulgada: periódico Jama Internal Medicine
Quem fez: Carlos J. Rodriguez, Katrina Swett, Sunil K. Agarwal, Aaron R. Folsom, Ervin R. Fox, Laura R. Loehr, Hanyu Ni, Wayne D. Rosamond e Patricia P. Chang
Instituição: Centro Médico Wake Forest Baptist, nos Estados Unidos, entre outros
Resultado: Tomar remédios para menter a pressão arterial sistólica (máxima) abaixo de 12 não reduz os riscos de AVC, ataque cardíaco e insuficiência cardíaca
"Frequentemente nós tentamos reduzir ao máximo a pressão de hipertensos, achando que isso seria o melhor para a saúde do paciente", diz Rodriguez. "Mas observamos que essa abordagem não traz nenhum benefício aos indivíduos com relação à redução do risco de eventos cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC)."
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Os pesquisadores acompanharam 4 480 pessoas por 21 anos, mediando a cada três anos a pressão arterial sistólica dos voluntários. A taxa era considerada alta acima de 14, normal entre 12 e 13 e baixa com menos de 12. Segundo os cientistas, os participantes hipertensos que tomavam medicamentos para manter a pressão sistólica abaixo de 12 não tiveram redução de risco de doenças cardiovasculares.
Novas medidas que afastam doenças do coração
Pílula de tomate
Pesquisadores descobriram um novo benefício do tomate. O fruto está sendo usado como matéria-prima para a fabricação de um suplemento alimentar chamado Ateronon, que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. As pílulas, vendidas na Inglaterra, são feitas a base de licopeno, substância responsável pela cor avermelhada do tomate e de propriedades antioxidantes, ou seja, capazes de retardar o envelhecimento celular. Segundo os pesquisadores, o Ateronon pode melhorar a função das células do endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos) em até 50%, aumentando a flexibilidade dos vasos.
Morango e mirtilo
Um estudo publicado no periódico "Circulation" mostrou que comer morangos e mirtilos pelo menos três vezes por semana pode reduzir o risco de ataque cardíaco em mulheres. O benefício se deve às suas quantidades elevadas de flavonoides — compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Morangos e mirtilos têm autocianina, um tipo de flavonoide que ajuda a dilatar as artérias e evitar a formação de placas que atrapalham o fluxo sanguíneo.
Menos carne, mais legumes
Reduzir o consumo de carne vermelha pode fortalecer o coração. Um estudo divulgado no periódico "The American Journal of Clinical Nutrition" mostrou que vegetarianos apresentam um risco menor de sofrer doenças cardiovasculares ou morrer em decorrência de um evento cardiovascular. Outro trabalho, publicado na revista "Nature Medicine", apontou que, além de aumentar a gordura e o colesterol ruim, o consumo excessivo de carne vermelha produz uma substância que eleva as chances de aterosclerose, obstrução dos vasos sanguíneos que leva ao infarto.
Casamento saudável
O casamento pode ser um dos segredos para um coração saudável. Segundo uma pesquisa publicada na revista "European Journal of Preventive Cardiology", pessoas casadas apresentam menores chances de sofrer um ataque cardíaco e, se vierem a sofrê-lo, têm maior probabilidade de recuperação do que as solteiras. De acordo com os pesquisadores, as possíveis explicações para isso são o fato de que os casados costumam manter hábitos mais saudáveis e possuir uma rede de apoio mais ampla — o que facilita, por exemplo, a ajuda no caso de um problema cardíaco. Além disso, os fatores psicológicos da satisfação conjugal interferem positivamente na saúde do coração.
Dieta do Mediterrâneo: fácil e eficaz
Frutas, legumes, peixes, grãos integrais e quantidade moderada de álcool. Essas são as premissas da Dieta do Mediterrâneo. Menos restritiva que outros regimes, ela é considerada a mais fácil de ser seguida a longo prazo. Neste ano, duas pesquisas demonstraram seus benefícios à saúde cardíaca. Uma delas, publicada no periódico "The New England of Medicine", concluiu que a dieta do Mediterrâneo reduz a chance de problemas cardiovasculares entre pessoas com mais de 55 anos que apresentam alto risco cardíaco. O outro artigo, escrito por pesquisadores canadenses, mostrou que a dieta colabora na redução do colesterol ruim, o LDL, em homens com risco elevado de doenças cardíacas.
Mesmo com ganho de peso, parar de fumar vale a pena
Parar de fumar, de fato, favorece o ganho de peso. Mas os benefícios ao coração superam qualquer risco associado aos quilos extras. Um estudo publicado no periódico "The Journal of the American Medical Association" mostrou que o aumento de peso variou de meio a 4,5 quilos entre os indivíduos que largaram o cigarro. Ainda assim, seis anos após terem abandonado o tabagismo, todos os voluntários da pesquisa apresentaram uma redução de 50% no risco de sofrer algum evento cardiovascular.
Menos sódio, mais potássio
Além de reforçar a ideia de que reduzir o consumo de sódio evita problemas cardíacos, uma série de estudos publicados no site da revista "British Medical Journal" revelou que ingerir maiores quantidades de potássio propicia o mesmo benefício. Uma alta ingestão do nutriente — encontrado principalmente em frutas, legumes e verduras frescas — pode diminuir em até 24% o risco de um acidente vascular cerebral (AVC). Já o consumo de sal, sugere a pesquisa, deve ser de no máximo 3 gramas por dia, menos do que os 5 gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Café da manhã
Homens que não tomam café da manhã têm 27% mais riscos de infartar ou sofrer uma doença coronariana. O dado, divulgado no periódico "Circulation", reforçou a importância da refeição, que deve fornecer energia suficiente para o corpo começar o dia. Segundo os cientistas, o hábito de pular o desjejum pode causar obesidade, pressão alta e diabetes — fatores de risco para doenças cardíacas.
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