Esquema seria semelhante ao montado por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa em Abreu e Lima, segundo jornal
Refinaria Abreu e Lima já absorveu R$ 7 bilhões apenas da Petrobras (Bobby Fabisak/Exame)
Outra refinaria da Petrobras está na mira do Ministério Público: investigadores suspeitam que o esquema do doleiro Alberto Youssef tenha estendido seus tentáculos às obras da refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. As informações são de reportagem desta terça-feira do jornal O Estado de S. Paulo. O esquema seria semelhante ao investigado na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
A construção da refinaria Abreu e Lima começou com um custo de 2,5 bilhões de dólares e deverá sair por 20 bilhões de dólares. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de superfaturamento na obra. De acordo com a Polícia Federal, Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, participaram de um esquema de desvio de dinheiro público envolvendo a refinaria.
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De acordo com o jornal, procuradores do Paraná afirmam em relatório que dinheiro de contratos superfaturados da Repar tenha sido repassado a empresas ligadas a Costa e Youssef. O documento aponta "conexão entre os desvios" na refinaria pernambucana e indícios de irregularidades em contratos de reforma de refinaria paranaense.
Cinco consórcios de empreiteiras foram contratados pela Petrobras para as obras na Repar por 7,5 bilhões de reais. Segundo a Polícia Federal, as planilhas dos contratos têm sobrepreço de 1,4 bilhão de reais. Os procuradores sustentam que parte do dinheiro pago às construtoras na Repar pode ter sido repassado a empresas suspeitas de integrar o esquema, como teria ocorrido em Abreu e Lima. Além disso, uma planilha apreendida na Operação Lava-Jato sugere que o ex-diretor da Petrobras negociou doações eleitorais com empreiteiras, entre elas três contratadas para as obras no Paraná (UTC/Constran, Mendes Júnior e Toyo Setal).
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Segundo o jornal, ao quebrar o sigilo da MO Consultoria, uma das empresas de fachadas de Youssef, investigadores detectaram um depósito de 617.000 reais da construtora OAS, uma das empresas que integra o consórcio Conpar, que detém um dos contratos para obras na Repar. O MP aponta ainda repasse de 3,6 milhões de reais da Repar à Sanko-Sider, empresa citada na operação Lava-Jato como peça do esquema de desvios na Petrobras.
O esquema - Costa utilizava políticos e prestadores de serviços da Petrobras em um consórcio criminoso montado para fraudar contratos na estatal, ampliar sua fortuna e financiar políticos e partidos. Ele se aproveitava do cargo, que incluía entre as responsabilidades aprovar projetos técnicos para construção de refinarias e fiscalizar sua execução, para conduzir o esquema de desvio de recursos. Ele está preso no Paraná.
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Costa responde na Justiça do Paraná ao lado de Youssef e outras oito pessoas pelo crime de lavagem de dinheiro e indícios de um amplo esquema de desvio de recursos envolvendo a Refinaria Abreu e Lima, entre os anos de 2009 a 2014. Além disso, a Polícia Federal investiga uma série de negócios de Costa em parceria com o doleiro Youssef, apontado como mentor do esquema criminoso. Na semana passada, Costa foi recebido com tapete vermelho por senadores da base governista em depoimento à CPI da Petrobras.
Segundo denúncia aceita pela Justiça, na construção da Refinaria Abreu e Lima a Petrobras pagava por serviços superfaturados ao Consórcio Nacional Camargo Corrêa, que mantinha contratos para a compra de material como a Sanko. "Dali para frente, o dinheiro ilícito do peculato e da corrupção foi pulverizado mediante diversas operações de lavagem de capitais", sustenta relatório do Ministério Público.
O documento foi enviado ao juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato. Em decisão de 12 de maio, ele reconhece a conexão entre o caso de Pernambuco e o caso do Paraná. "Se valores pagos nas obras da Repar foram destinados às empresas de Youssef, haveria conexão entre crimes antecedentes e de lavagem", escreveu o magistrado. A suspeita de superfaturamento na Repar é investigada pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União. Em 2011, o deputado Fernando Francischini (SDD-PR), então filiado ao PSDB, pediu que a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara estudasse os contratos em questão. Em maio de 2012, a proposta foi rejeitada pela base governista.
(Com Estadão Conteúdo)
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