“Virgem aos 30 anos”: bela ex-modelo venezuelana faz sucesso com livro contando como e por quê
Publicado originalmente em 21 de dezembro de 2012
Que razões levariam a uma bela e desejada mulher heterossexual, que chegou a trabalhar como modelo e aspirar a Miss Venezuela, a manter ferrenhamente sua virgindade aos 30 anos de idade?
Princípios religiosos? Repulsa ao sexo? Falta de libido? Trauma de infância?
Bom, definitivamente não é da minha, nem da sua conta.
Tratado íntimo transformado em livro
Mas acontece que para Vivian Sleiman, esta morenaça de 1,79 metro de altura e a trinca de medidas consideradas por muitos como “perfeita” (90 centímetros de busto, 60 de cintura e 90 de quadril), a resposta precisava ser dada a todos os ventos.
E não poderia ser mais simples: Vivian só vai, em suas palavras, “se entregar”, quando encontrar um grande e verdadeiro amor.
“O hímen não tem religião, credo, nada”, diz. “Se você me pergunta se acredito em príncipes encantados, te digo que sim. Não posso viver sem magia, sem fantasia”.
Cansada de ouvir a mesma pergunta e incomodada com o ceticismo de quem escutava a resposta, ela resolveu contar em um livro os porquês de ter abraçado a castidade.
E está fazendo um tremendo sucesso.
Uma ironia uma bela mulher defender a virgindade num país que é líder de gravidez precoce na América do Sul: espantosos 20% dos 500 mil nascimentos anuais provêm de gravidez de adolescentes, um grave problema social da Venezuela.
Recorde de vendas
Na verdade, esta filha de imigrantes libaneses, caçula e única mulher entre cinco irmãos, delibera publicamente sobre sua “não-opção” sexual desde os 18 anos, quando criou um blog. Mas a cartada para atingir um público maior disposto a escutar suas ideias foi a publicação do livro Virgen a los 30, pela filial venezuelana da Editora Planeta.
Lançado no mês passado, teve sua tiragem inicial de 8.000 exemplares esgotada em dias. Um sucesso de vendas para o acanhado mercado editorial da Venezuela — pelo menos quatro vezes maior do que a média do que vendem livros considerados exitosos. Para um manuscrito que demorou apenas quatro meses em ficar pronto, então, o resultado não poderia ter sido melhor. Novas edições já estão sendo preparadas.
A publicação do livro provocou o previsível frenesi da mídia: Vivian não sai do noticiário, sobretudo em blogs, e dos programas de entrevista na TV.
Abre-se uma nova e aparentemente improvável porta profissional para Vivian, que, entre sua tentativa de ganhar o concorrido Miss Venezuela, em 2001, e a estreia como escritora, chegou a trabalhar como modelo por sete anos, professora de ginástica, locutora e “marqueteira” em empresa de eventos.
Pelo menos vinte namorados
Em tom informal, Vivian transita por diferentes vias para defender sua insistência em continuar virgem – agora aos 31 anos – até a aparição do tal príncipe, por enquanto apenas platônico.
Ao crer que as virgens “desenvolvem a espiritualidade e o sexto sentido”, manifesta misticismo; resvala no ressentimento (desistiu de ser miss depois que um jurado de concurso quis impor-lhe o execrável “teste do sofá”), contornando as frustrações amorosas de quem namorou pelo menos vinte homens – alguns famosos em seu país -, todos, diz, obcecados por sua “condição”.
Com alguns teve “intimidade”, mas jura que “nunca houve nenhum tipo de penetração”.
O direito de ser virgem
Em meio à salada de razões e divagações sobre um assunto tão íntimo, Vivian encontra espaço para uma espécie de reivindicação cívica, insólita mas totalmente legítima, o que tem feito inclusive pelo Facebook — muito acessado por causa de suas fotos pessoais: a de desfrutar do direito à virgindade.
“Peço clemência aos que lutam pela vida e por suas convicções, peço respeito aos gays, respeito aos heterossexuais, respeito aos virgens, respeito à humanidade. Simplesmente isso, respeito”, afirmou recentemente.
Trata-se de uma bandeira no mínimo curiosa e – certamente – vendável, esta levantada por Vivian. Se o porte físico da autora importa uns 99% no conjunto da obra?
Ora, não é preciso de nenhum sexto sentido para se responder a esta pergunta.
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