Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) (Divulgação/Valter Campanato/ABr/VEJA)
Em ascensão nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PSB ao Planalto, Marina Silva, deve se tornar nesta terça-feira o alvo principal dos adversários Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no primeiro debate entre os presidenciáveis – ainda que nenhum dos dois pretenda atacá-la diretamente. Com o crescimento da candidata do PSB nas pesquisas de intenção de voto, tucanos e petistas já começaram a adotar uma estratégia de que a ex-ministra não tem experiência administrativa para comandar o país pelos próximos quatro anos. E é esse o discurso que deve marcar as discussões desta noite. O debate, promovido pela Rede Bandeirantes, começa às 22 horas.
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À frente nas pesquisas, Dilma pretende deixar o confronto direto com Marina para Aécio – pesquisas internas do PSDB apontam Marina consolidada em segundo lugar, números que devem ser confirmados em pesquisa Ibope que será divulgada horas antes do debate. Ao jornal Folha de S. Paulo, um integrante do governo definiu o quadro: o embate com Marina “será inevitável, mas não será agora”. No domingo Dilma chegou a rebater uma crítica de Marina quanto a seu estilo de governar: disse que só “quem nunca teve experiência administrativa” afirma que o Brasil não precisa de um “gerente”.
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Em entrevista concedida na noite de segunda-feira no Alvorada, a presidente disse que deve participar de quatro ou cinco debates – e se negou a comentar a questão da prestação de contas do jatinho utilizado por Eduardo Campos, então candidato do PSB à Presidência que morreu em 13 de agosto em um acidente aéreo. Disse apenas que os candidatos precisam "inexoravelmente dar explicação de tudo". Marina prometeu na segunda que o PSB dará explicações sobre o caso nesta terça-feira.
Já Aécio deve reforçar a estratégia de explorar a “falta de preparo” de Marina, que nunca assumiu um cargo no Executivo e é considerada, na avaliação de tucanos, “idealista demais”. O tucano, contudo, não quer atacar diretamente a concorrente. Em discurso no sábado, deixou claro: respeita Marina, mas tem propostas melhores. A estratégia do PSDB inclui ainda colocar Aécio como um candidato que tem equipe técnica “mais preparada” para conduzir o governo, e mais habilidade política para negociar com o Congresso Nacional temas de interesse do país. Políticos de expressão do PSDB criticaram nesta segunda-feira a candidata do PSB.
O senador Aloysio Nunes Ferreira classificou Marina Silva como uma incógnita, um "estado de espírito". O ex-governador de São Paulo e um dos vice-presidentes do PSDB, Alberto Goldman, publicou na segunda um artigo em que questiona a governabilidade de um eventual mandato presidencial de Marina. No texto, Goldman afirma que ninguém põe em dúvida a integridade moral de Marina. Mas lembrou que ninguém tinha dúvidas sobre a integridade de Dilma Rousseff e o governo dela "está sendo um desastre para o país".
Marina, por sua vez, pretende amparar-se nas trajetórias dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, informa edição desta terça do jornal O Estado de S. Paulo. A candidata do PSB vai se apresentar como a que chegou para quebrar a polarização - e não "segregar". Como informa a coluna Radar, de Lauro Jardim, Marina retomou na noite de segunda a preparação para o debate. Além do marqueteiro Diego Brandt, que dá as diretrizes em comunicação, ela reforçou o treinamento com Maurício Rands e Neca Stúbal, dupla responsável por repassar o programa de governo.
(Com Estadão Conteúdo)
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