EFEITO LULA//DILMA► Geração de emprego tem o pior julho desde 1999, mostra Caged

O saldo líquido - vagas criadas menos demissões - ficou em 11,8 mil, menos da metade do registrado em junho

Caged avalia apenas emprego com carteira assinada
Caged avalia apenas emprego com carteira assinada (Reinaldo Canato/VEJA)

O que é?

Publicado pelo Ministério do Trabalho, o Caged traz dados mensais sobre criação de novas vagas e demissões de empregados sob o regime CLT. Suas informações são utilizadas pelo programa de seguro-desemprego.
O mercado de trabalho brasileiro teve mais um resultado ruim. Depois de terem sido criadas apenas 25.363 vagas formais em junho (pior do mês nos últimos 16 anos), o saldo líquido de vagas (admissões menos demissões) ficou em 11.796 em julho. Este é o pior resultado para o mês desde 1999, quando a abertura líquida de vagas havia sido de 8.057 postos. 
O número também é menor do que em julho de 2013, quando foram criados 41.463 postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira. 
Apesar do desempenho ruim, o número está acima da mediana das expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que estimavam a criação de 7 mil vagas.

No acumulado do ano até julho, houve contratação líquida de 504.914 trabalhadores com carteira assinada no dado sem ajuste, menor que os 699.036 contratados em igual período do ano passado.
Uma das principais âncoras do governo da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição neste ano, o mercado de trabalho vem mostrando sinais de exaustão diante da economia fraca.
O resultado de agora foi influenciado pela demissão líquida no setor da indústria de transformação, que em julho ficou em 15.392 trabalhadores, quarto mês consecutivo de fechamento de vagas, segundo o Caged.
No setor de serviços, em julho, foram abertos 11.894 postos com carteira assinada, 62% a menos do que no mês anterior, quando o saldo foi positivo em 31.143 vagas.
Fraqueza - Com a baixa oferta de postos este ano, o Ministério do Trabalho já reduziu para 1 milhão a previsão de geração de vagas formais neste ano, bem abaixo da estimativa anterior, entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de empregos.
A economia vem dando sinais claros de perda de fôlego, aumentando as chances de o país ter entrado em recessão técnica (quando há dois trimestres seguidos de contratação da atividade) no primeiro semestre.
Pesquisa Focus do Banco Central com economistas de instituições financeiras mostra que, pela mediana, as expectativas são de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 0,79% neste ano, bem abaixo dos 2,5% vistos em 2013.
(Com agência Reuters)

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