Para pesquisadores, sensação é influenciada pela maneira como
as diferentes fontes da dor interagem entre si
Dedos cruzados:
estímulos externos podem manipular a sensação de dor de uma pessoa, dizem
pesquisadores(VEJA.com/Reprodução)
O
simples ato de cruzar os dedos pode afetar a sensação de dor, revelou um estudo
publicado nesta quinta-feira no periódico Current
Biology.
De acordo
com os pesquisadores, a sensação é influenciada pela maneira como as diferentes
fontes da dor interagem entre si.
Cientistas
do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade Global de Londres
utilizaram um experimento chamado "thermal grill illusion".
Por meio
deste teste, outros pesquisadores demonstraram no passado que, se uma pessoa
receber simultaneamente um estímulo de temperatura quente nos dedos indicador e
anular e fria no médio, o indivíduo terá percepção de ardor no dedo médio.
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Isso
acontece porque a sensação de queimação que os dedos indicador e anular enviam
ao cérebro bloqueia a atividade que normalmente seria desencadeada pelo
estímulo frio no médio.
Dedos cruzados - No presente estudo,
cientistas fizeram pequenas variações no teste ao mudar a disposição espacial
entre os dedos, e tiveram resultados diferentes.
Quando o dedo médio foi
cruzado sobre o indicador, a sensação de ardor foi reduzida.
Em
outra variação do experimento, o frio foi aplicado sobre o dedo indicador e o
calor sobre os outros dois.
Neste caso, o ardor aumentou quando os dedos médio
e indicador foram cruzados.
Para
os pesquisadores, o cérebro usa a disposição espacial dos três diferentes
estímulos para produzir a sensação de ardor em um único dedo.
"Essas
interações podem valer para uma surpreendente variação de dores", afirma o
líder do estudo, Patrick Haggard.
"Nossa pesquisa eleva a possibilidade de
manipular a sensação de dor de uma pessoa por meio de estímulos externos.
Alterar padrões espaciais pode afetar a maneira como a dor é interpretada pelo
cérebro."
Nove formas de evitar dores nas costas
Levante-se da cadeira de hora em hora
Permanecer sentado por horas é um conhecido fator de risco para a dor nas costas. "O peso sobre as vértebras de uma pessoa que está em pé é de 10 quilos, mas, ao sentar-se, essa pressão aumenta para 15 quilos", explica Carlos Henrique Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira da Coluna. De acordo com o médico, pessoas que passam longos períodos sentadas devem levantar-se pelo menos a cada hora para reduzir a sobrecarga na coluna. "O ideal é que elas permaneçam 3 minutos em pé. Se puderem caminhar durante essas pausas, melhor." Leia também: Como driblar o problema de ficar sentado por muito tempo
Mesmo sentado, movimente-se
Outra opção para pessoas que precisam passar muito tempo sentadas é fazer movimentos simples que ajudam a evitar o desgaste dos discos da coluna. Trata-se de exercícios como mudar de posição sempre que possível, torcer o tronco, mexer os pés e pernas e virar o pescoço de um lado para o outro.
Escolha sapatos adequados
Sapatos de salto muito alto e fino, assim como calçados sem salto algum, podem prejudicar a coluna se usados com muita frequência. O salto alto porque altera o centro de gravidade do corpo. Se, normalmente, o peso de uma pessoa se concentra na parte de trás do pé, com o salto alto essa carga é transferida para a frente. Para compensar esse desequilíbrio, há uma sobrecarga na coluna e um desgaste na cartilagem da região. "Uso de rasteirinhas, por outro lado, exigem mais impulso do pé ao caminhar, o que também afeta negativamente a coluna, podendo provocar dores", diz Carlos Henrique Ribeiro. Sapatos com saltos pequenos, de até 3 centímetros, são os mais indicadas. Leia também: Uso de salto alto exige atenção
Perca peso
O excesso de peso sobrecarrega e desgasta a coluna, provocando dores na região, além de aumentar o risco de lesões decorrentes de algum movimento ou atividade física de impacto, como saltar ou correr. Por esse motivo, eliminar os quilos a mais pode ser uma forma tanto de prevenir como de tratar dores nas costas. Leia também: Nove estratégias para emagrecer sem contar calorias
Saia do sedentarismo
O sedentarismo é um grande inimigo da coluna vertebral. A falta de movimento faz com que as células presentes nos discos entre as vértebras morram e percam sua capacidade de regeneração — após uma sobrecarga na coluna ou excesso de tempo de postura inadequada, por exemplo —, aumentando o risco de dor. Isso acontece, como todas as células, as do disco precisam de oxigênio para se manterem vivas, e o oxigênio chega à região somente quando o corpo se movimenta. “É preciso ter muito oxigênio na corrente sanguínea para que pelo menos um pouco dele chegue às células do disco, o que é impossível com o sedentarismo”, diz José Ribamar, médico especialista em dor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ribamar recomenda que as pessoas procurem orientação profissional antes de começar um exercício para saber se a atividade é indicada para ela e não prejudicará ainda mais a coluna. Leia também: Cinco passos para sair do sedentarismo e começar a se exercitar
Mantenha uma postura correta
Manter uma postura correta é importante para que uma pessoa diminua a sobrecarga na coluna provocada por longos períodos em que ela permanece sentada. A posição ideal é aquela em que a coluna está ereta, a planta dos pés totalmente apoiada no chão e em que a dobra dos joelhos forma um ângulo de 90 graus em relação ao piso. No caso de pessoas que trabalham em frente ao computador, recomenda-se que o centro do monitor fique na mesma altura de seus olhos e que seu antebraço fique apoiado na mesa na hora de digitar no teclado. A melhor opção de cadeira são as que não têm apoio dorsal completo — ou seja, que o encosto não envolva todas as costas, o que ajuda a coluna a fazer a sua curvatura normal — e que possuem apoio para os braços.
Faça alongamento
O alongamento diário é uma forma de movimentar o corpo, melhorar a amplitude dos movimentos e evitar a limitação causada pelo sedentarismo. Os alongamentos devem ser feitos como forma de prevenir dores nas costas, e não para conter uma crise. Segundo o ortopedista Wilson Dractu, do Hospital Beneficência Portuguesa, alongar a musculatura da parte posterior da coxa é especialmente importante para proteger a coluna.
Não exagere nos medicamentos
Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios podem ajudar a atenuar as dores nas costas. Como qualquer remédio, porém, o uso dessas substâncias sem acompanhamento médico deve ser feito com cuidado. “Esses medicamentos podem aumentar o risco de dor no estômago e insuficiência renal”, diz Carlos Henrique Ribeiro.
Saiba a hora de procurar um médico
De acordo com Carlos Henrique Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira da Coluna, dores nas costas devem levar uma pessoa ao médico se passarem a configurar um problema crônico, isto é, quando persistem por mais de quinze dias ou quando os medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios deixam de fazer efeito. "Negligenciar o problema desencadeia limitações na vida do indivíduo, como dificuldades em exercer as atividades profissionais e de lazer", diz Carlos Henrique Ribeiro. Além disso, se uma pessoa não fizer nada em relação à dor crônica, é possível que, no futuro, o único tratamento seja cirúrgico.
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