PROTESTOS DO DIA 12 DE ABRIL: Manifestantes enfrentarão o desafio de não fazer menos do que o milhão da Avenida Paulista — e de encher ruas e praças de várias cidades. O governo torce contra e vai tentar desmoralizar o movimento
Os diversos grupos e entidades suprapartidários que estão empenhados em que haja uma segunda e enorme manifestação de protesto contra o governo no próximo 12 de abril, domingo, têm um considerável desafio pela frente: colocar nas ruas multidão igual ou superior à que superlotou a Avenida Paulista, em São Paulo — 1 milhão de pessoas, no maior movimento de massas desde a redemocratização do país, em 1985 — e que levou mais outro milhão a se movimentar em todas as capitais de Estado, no Distrito Federal e em muitas cidades do interior.
O governo, disso vocês não tenham dúvidas, colocará toda a sua máquina de comunicação, especialmente os “militantes” assalariados na web, para apregoar um fracasso caso o dia 12 não faça sombra ao dia 15.
Pelo menos dois ministros do governo Dilma já comentaram com interlocutores que “duvidam” da possibilidade de o dia 12 ser maior que o dia 15.
O que poderá facilitar a tarefa dos organizadores é que, desta vez, existem três palavras de ordem específicas para atrair as pessoas, conforme informou o principal dirigente do movimento Vem pra Rua, Rogerio Chequer, na entrevista que concedeu na segunda-feira ao programa Roda Viva, da TV Cultura:
1. O governo não entendeu nada (do que ocorreu no dia 15, demonstrado pela reação da presidente Dilma e de ministros: nada de autocrítica, nada de grandes mudanças, anúncio de medidas chochas e vazias, muito palavrório e mudança real alguma).
2. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deve se declarar impedido de participar do julgamento do processo do petrolão;
3. Pela fixação do número de ministério num máximo de 20. Atualmente, são 39.
A torcida do lulopetismo pelo fracasso dos protestos do dia 12 não parece estar levando em conta um fator nada partidário, e fundamental: dezenas de milhares de manifestantes levaram suas famílias — filhos pequenos, pais e sogros mais velhos, outros parentes — para as ruas, e o clima de confraternização e de paz que se observou tornou a experiência muito agradável.
Some-se a isso o trabalho impecável das autoridades de segurança pública em todas as cidades em que houve protestos, que montaram um grande e eficiente esquema de proteção policial contra baderneiros como os black blocs.
Na cidade de São Paulo, onde ocorreria o de mais vulto, em acordo com os manifestantes, foram designadas áreas específicas para cada tipo de protesto — de forma a não haver acirramento de ânimos e eventuais conflitos entre as pessoas.
Ou seja, diferentemente do que se passou em 2013, quando a baderna e a violência de minorias desestimularam os verdadeiros manifestantes a continuarem indo a ruas e praças, e elas se terminaram se esvaziando, o que sucedeu dia 15 é um estímulo ao comparecimento.
Mas o governo, é claro, está torcendo contra com todas as suas forças.
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