O
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto(Cadu
Gomes/AP)
Em um despacho proferido nesta segunda-feira, o
juiz Sérgio Moro afirma que o dinheiro do petrolão foi usado para bancar o site Brasil
247 a pedido do Partido dos Trabalhadores.
Os repasses foram feitos
pela Jamp, uma empresa de consultoria controlada pelo lobista Milton
Pascowitch.
"Considerando que a Jamp era, como afirma seu próprio titular,
empresa dedicada à lavagem de dinheiro e repasse de propinas, parece improvável
que o conteúdo do documento em questão seja ideologicamente verdadeiro, pois
difícil vislumbrar qual seria o interesse de empresa da espécie em anunciar
publicidade ou patrocinar matérias em jornal digital", afirma o juiz.
A conclusão
é reforçada por um depoimento do próprio Pascowitch. Ele disse aos
investigadores da Lava Jato ter repassado dinheiro do petrolão para financiar o
site Brasil 247 e, assim, assegurar o apoio da página ao PT.
O
autor do pedido foi João Vaccari Neto, ex-tesoureiro da sigla.
Pascowitch
firmou um contrato de consultoria com o Brasil 247utilizando a
Jamp, uma empresa de fachada.
Pascowitch admitiu que não havia serviço a ser
prestado e que o contrato serviria apenas para dar uma aparência de legalidade
às transferências financeiras, que somaram 120 000 reais entre setembro e
outubro do ano passado - no auge do período eleitoral.
O Brasil 247 é
comandado por Leonardo Attuch.
A transcrição do depoimento de Pascowitch não
deixa margem para ambiguidades: Vaccari o encaminhou para uma reunião com
Attuch e pediu que o valor pago ao site fosse descontado da empresa Consist,
outro braço do esquema de lavagem de dinheiro do petrolão.
Diz um trecho da
transcrição: "Que João Vaccari não estava presente na reunião, mas foi
indicado a procurar o declarante por João Vaccari; que na reunião entre o
declarante e Leonardo ficou claro que não haveria qualquer prestação de serviço
mas que era uma operação para dar legalidade ao 'apoio' que o Partido dos
Trabalhadores dava ao blog mantido por Leonardo;
Que o valor pago foi 'abatido'
no valor que estava à disposição de João Vaccari referente ao contrato da
Consist". Antes da confissão, os investigadores já haviam apreendido
anotações em que o lobista detalhava transferências financeiras para o site de
Attuch
(Gabriel Castro, de São Paulo)
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