Bancários farão
assembleia nesta quinta (6) para avaliar as propostas.
Greve paralisou serviços em todo o país e já dura mais de 30 dias.,
Greve paralisou serviços em todo o país e já dura mais de 30 dias.,
A Federação
Nacional do Bancos (Fenaban) informou nesta quinta-feira (6) que ofereceu aos
bancários em greve há um mês reajuste de 8% em 2016 e abono de R$ 3.500.
A
proposta também inclui aumento de 10% no vale refeição e no auxílio-creche-babá
e de 15%, no vale alimentação.
Os bancos
também se comprometeram a garantir aumento real de 1% em todos os salários e
demais verbas.
A reunião entre
os bancos e os trabalhadores ocorreu na véspera. De acordo com a federação, os
bancários farão assembleia nesta quinta-feira, às 17h, para decidir se aprovam
a proposta e encerram a greve.
A Fenaban também garantiu que não haverá
compensação dos 30 dias parados durante a paralisação.
Os bancários
pedem a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (totalizando
14,78% de reajuste), valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo
calculado pelo Dieese (R$
3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
Antes do início
da greve, no dia 29 de agosto, os bancos propuseram reajuste de 6,5%. Duas
novas propostas foram apresentadas depois do início da paralisação, nos dias 9
e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários,
que decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
A greve dos
bancários completou 30 dias nesta quarta-feira.
É a maior paralisação da
categoria desde 2004, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT).
Até o dia
anterior, a paralisação havia fechado 13.104 agências e 44 centros administrativos,
o que representa 55% do total de agências de todo o Brasil.
O dia em que
foi registrado o maior número de agências fechadas foi 27 de setembro, quando
13.449 fecharam as portas.
Historicamente,
a greve mais longa da categoria foi em 1951. Durou 69 dias e resultou na
criação do dia dos bancários.
Desta vez, a
greve entra no seu segundo mês. Os bancos e os bancários não conseguem chegar a
um acordo sobre o dissídio da categoria.
Transtorno
A paralisação tem causado problemas para quem precisa fazer operações
bancárias. Algumas situações não podem ser resolvidas em canais de
autoatendimento e outros recursos alternativos
Esse é o
caso da dona de casa Claudia Erika Silva da Cruz, 23 anos, de Caraguatatuba(SP). Seu marido trabalhava
como frentista em um posto de gasolina, mas foi dispensado e não consegue sacar
o seguro-desemprego. “Quando ele foi dar entrada no seguro-desemprego, teve que
abrir uma conta na Caixa. Só que o cartão não chegou e deram um provisório”,
relata. “[Sem o cartão definitivo] Ele tinha que sacar na agência em que ele
abriu a conta, em São Sebastião. O primeiro mês deu para
sacar. O segundo não, porque entrou em greve, não deu para fazer mais nada”,
diz. “E o cartão não chegou.”
O casal
tem uma filha de 8 meses, e o benefício é atualmente a única fonte de renda da
família. “Meu marido está fazendo uns bicos, mas com bicos não dá para contar”,
reclama Erika.
Valdenir
Jose de Sousa, de São Paulo,
está desempregado há um mês e não consegue sacar o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS)
e dar entrada no seguro-desemprego. “A gente liga na ouvidoria e ninguém passa
informação nenhuma. Já venceu o aluguel, tem [fatura do] cartão de crédito dia
8. O dinheiro que eu tinha sobrando já foi todo”, preocupa-se.
Em Maceió,
o auxiliar de serviços gerais Isac de Lima, de 23 anos, não consegue receber
seu salário porque está sem o cartão da sua agência. Ele disse que o cartão
chegou antes do início da greve, mas não conseguiu buscar.
"Faz
tempo que estou tentando receber e não consigo. Só estou podendo sacar dentro
da agência e não recebi os dois últimos salários por isso. É complicado porque
tenho filho para criar e a situação está difícil."
Resposta dos bancários
O secretário de Imprensa da Contraf, Gerson Carlos Pereira, reconhece os transtornos causados pela paralisação, mas afirma que a greve é a única forma de a categoria buscar um reajuste que considera justo. “A gente pede desculpas para esse povo que está sofrendo nesses 30 dias, mas a gente também pede a compreensão deles”, diz.
Resposta dos bancários
O secretário de Imprensa da Contraf, Gerson Carlos Pereira, reconhece os transtornos causados pela paralisação, mas afirma que a greve é a única forma de a categoria buscar um reajuste que considera justo. “A gente pede desculpas para esse povo que está sofrendo nesses 30 dias, mas a gente também pede a compreensão deles”, diz.
“Ninguém
gosta de fazer greve. Mas a população tem que entender também que somos pais de
família, nós pagamos nossas contas também. Então nós precisamos também ter um
salário justo", diz Pereira.
Alternativas
A Febraban lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Alternativas
A Febraban lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos
correspondentes bancários (postos dos Correios,
casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de
concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer
depósitos, entre outros serviços.
GREVES ANTERIORES
| ||
|---|---|---|
Duração
|
21 dias
| |
Reajuste pedido pelos bancários
|
12,8%
| |
9%
| ||
Inflação do ano anterior
|
5,91%
| |
Duração
|
9 dias
| |
Reajuste pedido pelos bancários
|
10,25%
| |
7,50%
| ||
Inflação do ano anterior
|
6,5%
| |
Duração
|
23 dias
| |
Reajuste pedido pelos bancários
|
11,93%
| |
8%
| ||
Inflação do ano anterior
|
5,84%
| |
Duração
|
7 dias
| |
Reajuste pedido pelos bancários
|
12,5%
| |
8,5%
| ||
Inflação do ano anterior
|
5,91%
| |
Duração
|
21 dias
| |
Reajuste pedido pelos bancários
|
16%
| |
10%
| ||
Inflação do ano anterior
|
6,41%
| |
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