A experiente jornalista Tereza Cruvinel escreve: “Temer e seus palacianos têm mesmo que se preocupar com o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
Na prática, ele já está sendo
investigado pelo TSE.
Embora o presidente do tribunal, ministro
Gilmar Mendes, já tenha empurrado o julgamento para o ano que vem, o relator,
Heman Benjamin, segue emitindo discretos sinais de que apresentará seu parecer
ainda este ano e de que pedirá a dupla cassação, o que determinará a destituição
de Temer e a eleição indireta de um presidente pelo Congresso Nacional.
Rejeitar um parecer com esta recomendação será extremamente constrangedor para
os ministros do TSE, inclusive para os que desejam salvar o mandato de Temer,
aprovando a separação das contas de campanha.
Quando Benjamin marca para a semana que vem uma acareação entre o ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez, Octavio Azevedo, e o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, é Temer que está sendo investigado.
Quando Benjamin marca para a semana que vem uma acareação entre o ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez, Octavio Azevedo, e o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, é Temer que está sendo investigado.
A acareação é para esclarecer a
discrepâncias entre o depoimento do empresário e a prestação de contas da
campanha.
Ele declarou ter feito uma doação de R$ 1 milhão para a campanha de
Dilma, através do PT, que seria pagamento de propina.
A defesa de Dilma apresentou
cópia de um cheque nominal a Temer, emitido pelo diretório nacional do PMDB,
que recebeu a doação/propina da Andrade Gutierrez e acusou Azevedo de ter
mentido.
A acareação será esclarecedora, e confirmando-se o que diz a defesa de
Dilma, a alegação da defesa de Temer, de que eles tinham comitês financeiros
distintos, não se sustentará.
Mas ainda antes do surgimento do cheque, em
suas comedidas declarações Benjamin deu pistas sobre tendência a pedir a dupla
cassação.
Recentemente ele disse que o julgamento da ação proposta pelo PSDB
será “histórica”.
Em todas as suas entrevistas, sustenta que o julgamento será
técnico-jurídico e não político, não guardando relação com o processo de
impeachment.
Já afirmou que esta é a ação mais importante da história do TSE e
a mais importante em sua carreira.
Por que um ministro que vai se aposentar em
breve deixará de produzir uma peça jurídica e tecnicamente perfeita, doa em
quem doer?
Na semana passada, ele declarou-se espantando com o alcance da
conexão entre corrupção e financiamento eleitoral. referia-se financiamento de
quase todos os partidos pelas empresas que, graças a eles, sugam o Estado
através de contratos superfaturados.
E entre eles o PMDB, naturalmente.
Pelas consequências que terá, a acareação de quinta-feira próxima acende luzes vermelhas no Planalto e amarelas no mercado.
No ponto em que as coisas estão, os esforços por uma
conciliação, como a anistia ao caixa dois em gestação no Congresso, não serão
capazes de deter a cada vez mais provável cassação de Temer.”
Créditos jornaldopais.com
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