O líder do Movimento dos Sem Terra (MST), João Pedro Stédile,
anunciou na sexta-feira (5), por meio de um vídeo, que a Frente Brasil Popular
pretende realizar atos em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
durante o julgamento do petista no dia 24, em Porto Alegre.
O tom da mensagem
de Stédile “acendeu a luz de alerta” dos serviços de inteligência das Forças
Armadas.
No dia do julgamento que pode tornar Lula inelegível, Stédile
anunciou manifestações diante de fóruns de cidades menores, “sobretudo da
Justiça Federal nas capitais para demonstrar nossa indignação”.
A preocupação é de que as manifestações possam evoluir para o
confronto direto – e violento – com a polícia e, “pior, para a pressão além do
limite sobre o Judiciário, sobre os magistrados principalmente”.
Outro motivo de apreensão é o choque entre organizações
divergentes – como o Movimento Brasil Livre (MBL), apoiadores do deputado Jair
Bolsonaro e os quadros do MST, no campo, ou do Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto (MTST), nas cidades.
O MBL se mobiliza para protestos contra Lula no dia
do julgamento.
“Congresso do Povo”
Ainda de acordo com Stédile, a ideia é realizar, a partir de
março, etapas do processo que ele chamou de “congresso do povo” em todos os
municípios brasileiros.
Em seguida, as propostas seriam levadas a encontros
estaduais.
“E, finalmente, depois da Copa do Mundo, lá pelo fim de julho,
faremos o congresso do povo nacional em pleno Maracanã para juntar 100 mil, 120
mil militantes”, disse Stédile.
A partir do segundo semestre, conforme o líder sem-terra, o foco
dos movimentos passa a ser “abraçar a candidatura de Lula que representa a
simbologia da classe trabalhadora”.
“Teremos um 2018 cheio de mobilizações, de
muita disputa política em que a própria campanha eleitoral se transformará em
uma verdadeira luta de classes”, disse Stédile.
Com Estadão Conteúdo
Veja/montedo.com
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