domingo, 19 maio, 2019
Cresce no meio militar a preocupação com ações dos
poderes Legislativo e Judiciário supostamente para ‘colocarem água’ no chopp de
Jair Bolsonaro.
Em outras palavras, há um movimento detectado por diferentes
setores para tentar desestabilizar o governo.
Essa
preocupação foi manifesta em grupos de WhatsApp pelo major-brigadeiro Jaime
Rodrigues Sanchez, neste fim de semana.
Ele voltou a citar uma ‘sucuri de duas
cabeças’, representada “pelo Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional”,
que “tramam e apertam seu abraço letal” em torno do presidente.
Depois
de lembrar que o Supremo ‘é a casa da Mãe Joana’ e o Congresso Nacional ‘um
covil de Ali Babá e seus quase 594 ladrões’, o militar denuncia “uma trama
diabólica” capaz de promover “o desmonte de um projeto (do presidente Jair
Bolsonaro) que quer beneficiar 60 milhões de brasileiros”.
Jaime
Sanchez acusa a grande mídia de patrocinar esse golpe. “Os grandes veículos
estão falidos e não mais mamam nas tetas do governo”, acusou.
O objetivo,
segundo o militar, é desviar a atenção, criando fakes news onde os alvos são o
presidente, seus parentes e o próprio governo.
“Enfiam-nos
(os veículos da grande mídia) em nossas goelas notícias requentadas e
distorcidas; temas controvertidos, incompatíveis com a moral das famílias
tradicionais; apologia ao sexo, exibindo cenas envolvendo idosos, crianças e
homossexuais; vulgarização do tráfico de drogas e exaltação à corrupção,
apresentados em horários inclusive infantis”, pontua o major-brigadeiro.
Na
interpretação do militar, “a estratégia dessa verdadeira máfia multi
corporativa tem como ponto de partida impedir que o governo concretize suas
promessas de campanha, desgastando a imagem de austeridade e anulando a
expectativa de mudanças nos destinos do País”.
Jaime
Sanchez cita como exemplos de alvos preferidos a reforma da previdência, a
reestruturação do Estado e o projeto anticrime, encaminhados à Câmara dos
Deputados.
“Em contraposição, o governo tem adotado diversas medidas
periféricas, visando o desaparelhamento da máquina, a poupança de recursos e a
desarticulação dos esquemas de corrupção das instituições públicas”.
Ainda
assim, adverte, “essas medidas podem vir a ser obstadas no Congresso ou na
Justiça”.
No
texto que circula entre militares de alta patente, Jaime Sanchez considera como
segundo passo dessa ‘ação nefasta’ a inviabilização do orçamento de 2019.
“Querem reduzir as perspectivas de receita, através do esvaziamento da reforma
da previdência e da reestruturação do Estado, bem como o incremento das
despesas, com a aprovação do orçamento impositivo, elevando os gastos
obrigatórios a 97% do total do orçamento”.
Com
essa estratégia, continua o major-brigadeiro, querem desgastar a imagem do
presidente com cortes de verbas para setores essenciais da sociedade e, como
objetivo maior, forçar o governo a ultrapassar o limite de gastos permitidos, infringindo
a lei de responsabilidade fiscal, o que abriria caminho para a instauração de
um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro”.
Jaime
Sanchez também adverte para a iniciativa do PT de apresentar uma proposta de
Emenda à Constituição destinada a impedir a assunção definitiva do
vice-presidente (Hamilton Mourão) em caso de vacância do cargo.
A situação fica
ainda mais grave, enfatiza o major-brigadeiro, quando a base aliada e alguns
outros elementos “comportam-se como o incrível exército de Brancaleone”.
São,
diz o militar, totalmente desarticulados ou inexperientes no jogo da política,
“facilmente contaminados com a peste vermelha”.
Em
sua análise, o major-brigadeiro salienta que a conjuntura caminha rapidamente
para uma situação insolúvel, “uma vez que o presidente e sua equipe estão
praticamente ilhados, à mercê da grande rede corporativa formada por políticos,
juristas, empresários, intelectuais e funcionários públicos que irão agir
unicamente interessados em preservar seus privilégios a qualquer custo, pouco
importando o interesse daqueles que os elegeram e pagam seus vultosos
salários”.
A
persistir esse quadro, encerra Jaime Sanchez, a única saída será as Forças
Armadas lançarem mão do Artigo 142 da Constituição Federal.
O texto diz,
resumidamente, que os militares poderão, sob a autoridade do presidente da
República, interferirem para o bom desempenho dos poderes da República
(Executivo, Legislativo e Judiciário) para “colocarem ordem na casa e atenderem
aos anseios da sociedade, como foi feito em 1964”.
Foto:
Fernando Souza/AFP – Estadão Conteúdo
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