Por Natasha Romanzoti, em 1.09.2020
Uma equipe de arqueólogos liderados por James Osborne, da Universidade de Chicago (EUA), descobriu o que parecem ser os restos da capital de um antigo reino perdido, localizado no monte Türkmen-Karahöyük, na Turquia.
A descoberta foi extremamente surpreendente para os cientistas: embora o monte se situe na planície de Konya, uma região repleta de metrópoles perdidas, essa em particular é praticamente desconhecida pela história.
O achado
Tudo começou quando os pesquisadores foram alertados por um agricultor local da existência de uma grande pedra estranha com um tipo de inscrição desconhecida em um canal próximo que havia sido recentemente dragado (a dragagem é um processo de remoção de sedimentos feito para manter a profundidade dos canais de navegação).
Depressa, Osborne notou que a pedra era importante. Assim, ele e seus colegas pularam na água para se aproximar da inscrição.
“Imediatamente ficou claro que era antiga, e reconhecemos a linguagem em que estava escrita: Luwian, uma língua usada nas idades do Bronze e do Ferro na área”, afirmou.
Tratava-se de uma estela, ou seja, uma escultura monolítica cuja função essencial é veicular um determinado significado simbólico, seja ele funerário, mágico-religioso, territorial, político, propagandístico etc.
Rei Hartapu
Tradutores foram chamados e explicaram que os hieróglifos descreviam uma vitória militar. Especificamente, a derrota da Frígia, um reino que existiu na Anatólia cerca de 3.000 anos atrás.
A Frígia era governada por homens chamados de Midas. Na data dessa estela, no entanto, análises linguísticas sugerem que a inscrição pode se referir àquele Rei Midas famoso do mito do toque de ouro.
Impressionante, não é mesmo?
Ainda mais curioso, no entanto, é o rei vitorioso, um homem chamado Hartapu. Os hieróglifos indicam que Midas foi capturado pelas forças de Hartapu, um governante sobre o qual quase nada se sabe.
Nem sobre seu reino, aliás. A pedra indica que o monte de Türkmen-Karahöyük pode ter sido a capital de Hartapu, abrangendo cerca de 300 acres em seu apogeu. Ou seja, uma cidade importante capaz de façanhas aparentemente incríveis, totalmente desconhecida pela história.
Um longo caminho
As informações obtidas até agora são preliminares.
De acordo com a equipe, há muito mais escavações a serem feitas na região, a fim de começarmos a compreender esse reino aparentemente perdido na história.
“Dentro deste monte haverá palácios, monumentos, casas”, disse Osborne. “Esta estela foi uma descoberta maravilhosa e incrivelmente sortuda – mas é apenas o começo”.
Para saber mais sobre o projeto arqueológico, acesse seu website. [ScienceAlert]
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