Uma empresa espanhola está construindo a primeira fazenda comercial de polvos do mundo, fruto de um investimento de algumas dezenas de milhões de dólares. O empreendimento, porém, tem gerado uma série de críticas, já que pesquisas apontam que os cefalópodes sentem prazer e dor.
Chamada de Nueva Pescanova, a fazenda de polvos ainda não recebeu autorização da União Europeia para operar. Mes o assim, tem sido alvo de críticas dos pontos de vista éticos e ambientais. Um relatório da agência de notícias Reuters destacou os principais pontos negativos do projeto.
Assim como os gatos, os pandas e os koalas, os polvos são animais muito queridos na internet, muito por conta de vídeos virais dos animais andando na areia ou brigando com outros animais ou humanos. Os cefalópodes foram foco até de um documentário da Netflix, “Professor Polvo”, de 2020.
A elevada inteligência desses animais fez com que o Reino Unido os declarasse como legalmente sencientes. Mas, na contramão disso, a crescente pesca desses animais fez com que sua caça fosse declarada como o setor de produção de alimentos mais crescente do mundo.
Opiniões divergentes
A crescente procura fez surgir o conceito das “fazendas” para criação de polvos, sendo a Nueva Pescanova a maior e mais importante delas. Porém, experiências anteriores mostraram que os polvos não são animais criados facilmente em cativeiro, por apresentarem muita agressividade, automutilação e canibalismo.
Segundo o diretor de esforços de conservação da pesca da World Wildlife Foundation, da Espanha, Raul Garcia, os polvos são animais extremamente inteligentes. Além disso, é sabido que eles não são felizes em condições de cativeiro.
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Em contrapartida, Eduardo Almansa, do Instituto de Oceanografia da Espanha, diz que a pesca de polvos para consumo humano depende de alternativas como a fazenda Nueva Pescanova. Segundo ele, a pesca em alto mar já atingiu seu limite.
Ambientalistas não acreditam nas fazendas
Por outro lado, pesquisadores do setor ambiental alertam que a criação dos animais em cativeiro não aliviaria em nada a pressão sobre os animais aquáticos selvagens. Além disso, iniciativas desse tipo só têm o objetivo de melhorar a segurança alimentar global, sem levar em conta o bem-estar animal.
Alguns ativistas, inclusive, dizem que o ideal é parar de comprar e comer polvos. Porém, no momento, a maior esperança desses setores é fazer com que a União Europeia rejeite as licenças necessárias para que a fazenda de polvos espanhola entre em operação.
Via: Futurism
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