Termina fase de preparação para os testes de segurança da urna eletrônica


Investigadores puderam desmontar as máquinas e verificar se existe alguma possibilidade de ataque ao sistema de votação

09 de Março de 2012

Nesta quinta-feira (08/03) foi finalizada a fase de preparação dos testes públicos de segurança do sistema eletrônico de votação, promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os participantes tiveram a chance de se inteirar sobre o funcionamento de todos os sistemas que envolvem a votação eletrônica, podendo, inclusive, visualizar o código-fonte da urna e fazer pesquisas na internet.

Durante esta etapa, os investigadores assistiram a uma palestra do secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, que apresentou uma visão geral do processo eletrônico e sua evolução. Depois da palestra, os participantes puderam dar início à elaboração das suas propostas de "ataques" à urna eletrônica.

O integrante da Comissão Disciplinadora dos testes, Luís Augusto Consularo, explica que esta etapa permitiu aos investigadores "tatear ou sondar possíveis vulnerabilidades" do sistema eletrônico de votação. "A partir dessas vulnerabilidades que os investigadores tatearam ou sondaram, será possível implementar um plano de testes talvez mais efetivo e detectar alguma coisa que talvez a gente não tenha visto", explicou.

Segundo Consularo, durante a fase de preparação, os investigadores desmontaram urnas eletrônicas, visualizaram o código-fonte, esclareceram dúvidas com a Comissão e a equipe de apoio e até visualizaram os esquemas elétricos das urnas. "Com essas informações, eles estão fazendo sugestões e verificando se há alguma possibilidade de 'ataque' ao sistema. Percebemos que a fase de preparação foi uma etapa bastante positiva", disse. "Muitos chegaram aqui imaginando que a urna seria um equipamento bastante simples e sairão daqui percebendo a complexidade da urna e do próprio sistema eleitoral", completou.

Diego de Freitas Aranha, doutor em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor da UnB e integrante do Grupo 1, conta que a equipe se interessou em participar dos testes porque trabalha com as áreas de pesquisa em criptografia e segurança computacional. "Nós exercemos atividades de segurança no dia a dia, então uma oportunidade dessas é muito interessante para a gente colocar em prática o que a gente trabalha, estuda e pesquisa", contou.

De acordo com Diego, o objetivo da equipe ao participar dos testes é contribuir, de alguma forma, para melhorar a segurança do sistema eletrônico de votação. "A iniciativa do TSE é muito positiva. Essa demanda por transparência é antiga, pelo menos na comunidade acadêmica já existe há um bom tempo. Portanto, os testes estão satisfazendo a um anseio antigo, e eu fico muito feliz por estar participando dessa iniciativa", ressaltou o professor da UnB.

Os resultados e as conclusões dos testes serão apresentados em audiência pública no dia 29 de março, às 10h, também na sede do TSE. Os investigadores que efetivamente tiverem participado do evento receberão certificados de participação. As sugestões de melhorias encontradas poderão ser implementadas futuramente no sistema.

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