Você acha que existe traição virtual?


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Conceitos são ótimos quando estão a serviço de esclarecer uma situação ou dúvida em particular. Entretanto, nem sempre eles dão conta deste esclarecimento. Muitas vezes, devido à complexidade humana, tanto de sentimentos quanto de valores, os conceitos podem ganhar interpretações absolutamente particulares e, daí, servirem mais para confundir e atrapalhar os envolvidos em determinada questão.


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Penso que um exemplo perfeito para ilustrar o que estou falando seja a palavra ou o conceito que temos de “traição”. Segundo o dicionário, o significado do termo é bastante amplo, mas no que tange aos relacionamentos – que é o nosso contexto – encontrei que significa “deslealdade” e “infidelidade no amor”. A mim parece bem pouco esclarecedor.

O que eu entendo por deslealdade e infidelidade no amor é, certamente, (muito ou pouco, não importa) diferente do que entende a maioria das quase sete bilhões de pessoas do planeta. Sim, porque embora pareçam termos óbvios, não são! Por exemplo, uma pessoa pode achar que ter fantasias sexuais com outra não é traição, mas você pode achar que é. Você pode acreditar que manter um perfil virtual ativo mesmo já estando namorando é traição, e outra pessoa pode achar que não. São nuances do mesmo termo, entende?

Pois muito bem, vamos à questão: Existe traição virtual? E o que seria isso: Manter relações afetivas pela internet ou por telefone? Fazer sexo por meio de câmeras e chats? Amizades com muita intimidade também pode se encaixar neste conceito? Posso imaginar as mais diversas e até complementares respostas.



Ou seja, definitivamente, a melhor resposta é a sua, porque revela parte de quem você é, do que pensa, sente e faz. E é isso o que importa na sua história! Se você considera que é traição, então é traição, pelo menos para você. Até aí, um direito indiscutível seu! No entanto, o problema começa quando a pessoa que está com você tem uma opinião diferente!

Neste caso, penso que a despeito dos conceitos e seus significados, a situação pede uma conversa. Quando duas pessoas compartilham vidas, corpos e até um teto, as diferenças precisam ser diminuídas tanto quanto possível, à medida que um respeita a opinião do outro e ambos se mantêm dispostos a um consenso em nome da felicidade que desejam imprimir em sua história!

A melhor maneira de descobrir se quem é a favor de relações virtuais mesmo mantendo outra real é questionar se ela não se importaria caso seu par real fizesse o mesmo. Aliás, nenhuma prática é mais eficaz do que se colocar no lugar do outro, tentar avaliar o que ele está sentindo e como você se sentiria na mesma situação.

A impressão que tenho, infelizmente, é que quanto mais uma pessoa dá a si mesma o direito de ter atitudes duvidosas e que abrem brechas para desentendimentos, mais ela também encontra maneiras de diminuir o outro. E daí é incoerência demais para dar certo!

Resumindo, se você está se sentindo traído por uma relação virtual mantida paralelamente por quem você ama, assuma seus sentimentos e seja sincero. Fale o que pensa e respeite seus limites. 
Tanto quanto possível, não transforme sua mágoa em raiva, senão restarão apenas acusações que não levam a nada. Quanto mais íntegro e honesto consigo mesmo você for, mais conseguirá se dar conta do que quer, com quem quer e como quer!

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