30 de Março de 2012
Nos EUA e países da Europa e Ásia, carros conectados já não são novidade. Mas, infelizmente, não podemos dizer o mesmo sobre o Brasil. Nossa frota ainda não oferece a novidade, mas esse quadro deve mudar em breve. Segundo Luiz Carlos Hirayama, diretor de desenvolvimento de negócios da T-Systems, a Volkswagen vai apostar na tecnologia e, inclusive, já está testando a solução.
De acordo com o executivo, com a plataforma é possível controlar e verificar diversas informações sobre seu veículo por meio de um aplicativo. Com esta solução, é possível saber quando será sua próxima revisão e até o seu consumo de combustível. O sistema ainda pode informar se você tem gasolina suficiente para fazer uma viagem ou se o carro está com defeito. Caso precise de conserto, a plataforma indica a revenda mais próxima e confiável.
"Na Alemanha, a BMW lançou modelos com chips que possuem o mesmo número do celular do motorista. Diferente do Brasil, lá eles têm um múltiplo sim card que vem com o mesmo número. Ou seja, quando a pessoa está dirigindo e recebe uma chamada, quem toca é o automóvel. Você recebe a ligação pelo viva voz do carro", contou o diretor.
Por aqui, este recurso não deve ser lançado, mas isso não impede que o veículo se torne uma extensão de sua casa ou escritório. Isso porque os automóveis terão acesso à internet e aplicativos de entretenimento para crianças ou guias de restaurantes, oficinas, farmácias e outros estabelecimentos. Em caso de panes ou acidentes, a conectividade com as centrais eletrônicas poderá permitir que o socorrista execute diagnósticos prévios ou repare problemas do veículo remotamente.
Nos carros da BMW, expostos na CeBIT 2012 - uma das maiores feiras de tecnologia do mundo que aconteceu na Alemanha no início do mês - o sistema possui até um concierge para fazer reservas em restaurantes e hotéis. A plataforma também tem integração com aplicativos para Twitter e Facebook, além de apps para streaming de música. Fora isso, existe o sistema de reconhecimento de voz que faz leitura de emails e mensagens de texto. Nada impede que estas funcionalidades estejam disponíveis no Brasil também.
Apesar da fase de testes já ter começado, ainda não há previsão de chegada desta tecnologia na linha de veículos comerciais da Volkswagem.
Outros modelos
Por aqui quem compra um carro da Ford top de linha vai encontrar um sistema de entretenimento a bordo. Ele é fruto de uma parceria entre a montadora e a Microsoft. No painel sensível ao toque, o usuário tem acesso a rádio via satélite – algo que não temos no Brasil – sinal de TV digital e GPS. Todos esses comandos podem ser acionados por voz. Mas, ao contrário do que pode parecer, esse não é um carro conectado. Pelo menos não na nossa concepção, já que eles não se comunicam com nenhuma rede celular sozinhos. Você pode, sim, acoplar o seu telefone a eles e, a partir daí, ter acesso à Internet. Mas o carro sozinho, não.
Já em outra marca alemã, a Audi, os recursos oferecidos são bem mais amplos. Alguns modelos usam as redes 4G. Assim, dá para usar mapas e fazer buscas em tempo real, usando comandos de voz. Além disso, o próprio automóvel gera uma rede Wi-Fi, que oferece acesso a todos os passageiros. Sendo assim, as pessoas podem conectar seus computadores ou smartphones mesmo durante uma viagem.
Segurança
Apesar dos carros conectados parecerem verdadeiras maravilhas, uma das preocupações diz respeito à segurança. O que engenheiros estão fazendo para garantir a integridade do passageiro que, apesar de todos os recursos desses novos carros, ainda é a parte mais importante do conjunto?
Jack Ganssle, especialista em segurança de sistemas embarcados e chefe da equipe de solução de crises da NASA, diz que temos que ter medo. "Qualquer momento em que algo se conecta à internet, estamos abrindo uma porta para que alguém tente uma invasão. Se não houver um perfeito isolamento dos componentes, pessoas más podem ter o controle do motor", comenta.
Na visão dele, as empresas por trás do conceito de "carro inteligente" estão se preocupando demais em criar recursos, mas esqueceram de protegê-los de ameaças. "Talvez eles sejam capazes de destruir um motor ao forçá-lo a rodar de forma errada, ou então alterando o ritmo de injeção, das válvulas ou da ignição. Pesquisadores já demonstraram isso com o uso de um gerador", conclui.
Para saber mais sobre carros conectados, veja aqui a matéria produzida na CES 2012 e clique aqui para ler a entrevista completa com o especialista em segurança de sistemas embarcados. E aproveite também para deixar sua opinião nos comentário abaixo. Você compraria um carro conectado? O que espera do modelo da Volkswagen? |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário