Para marqueteiro de Eduardo Paes, ex-presidente não conseguirá repetir desempenho que teve com Dilma
Responsável pelo marketing e a comunicação da campanha à reeleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o antropólogo e publicitário Renato Pereira afirma ser um mito a transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para candidatos em disputas municipais.
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As eleições em Belo Horizonte e no Recife são dois exemplos. A alta popularidade do ex-presidente não será capaz de reverter o quadro em favor dos petistas nessas cidades, segundo ele. Nem mesmo uma eventual vitória de Fernando Haddad em São Paulo deveria ser atribuída a Lula.
Para Pereira, nenhum político, mesmo com a popularidade do ex-presidente, consegue transferir votos para aliados que disputam cargos diferentes.
"Lula fez isso com a presidente Dilma Rousseff, que ia substituí-lo e representava a continuidade da sua bem avaliada administração.
Isso não se repete em disputas municipais ou estaduais", observou Pereira, que aos 52 anos está prestes a faturar sua quarta eleição majoritária consecutiva no Rio de Janeiro.
Para Pereira, o determinante numa eleição municipal é a avaliação do prefeito e de sua administração. O gestor bem avaliado se reelege ou consegue fazer seu sucessor.
"O Patrus Ananias (PT) foi um excelente prefeito, tem apoio do Lula e da Dilma, mas a eleição em Belo Horizonte é do Marcio Lacerda (PSB), pois ele tem altíssimo nível de aprovação", afirma Pereira.
O contrário ocorre no Recife. Apesar da alta popularidade de Lula, a avaliação negativa do prefeito petista João da Costa e as brigas internas do partido praticamente tornaram inviável a candidatura de Humberto Costa (PT).
"É uma eleição de mudança.
Não adianta ir o Lula, a Dilma, o papa.
Não vai mudar", disse o publicitário.
A desmitificação da transferência de votos de Lula não significa que sua presença não seja importante.
Nos primeiros programas de Paes, depoimentos do ex-presidente foram usados várias vezes. Lula referendava a principal bandeira do peemedebista: fim das brigas políticas e união do município, Estado e governo federal em favor do Rio de Janeiro.
"Não adiantaria colocá-lo pedindo votos para o Eduardo. Mas quando aparece o Lula dizendo que o prefeito trabalhou em parceria e isso está fazendo diferença na vida das pessoas, aí isso faz muita diferença."
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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