Você já deve ter ouvido falar que o DNA tem uma participação fundamental nos motivos que levam uma pessoa a ser obesa. Mas sempre pareceu à ciência que isso fosse resultado de uma série de condições genéticas, compondo um quadro complexo.
Agora, uma pesquisa da Universidade Georgetown, em Washington D.C (Estados Unidos), sugere que tudo é obra de uma mutação em um único gene.
A principal razão da obesidade, segundo esta tese, não estaria em fatores metabólicos ou de acúmulo de gordura diferente entre as pessoas, mas no simples fato de comer descontroladamente. E isso seria regulado por um único gene, que tem sido extensamente pesquisado nos últimos tempos: o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF, na sigla em inglês). Com uma simples mutação no BDNF, a pessoa tem muita dificuldade em parar de comer.
Na pesquisa em questão, a tal mutação foi verificada em ratos. Com um gene modificado, o organismo dos roedores não permitia o fluxo normal de insulina e leptina pelo cérebro, desativando suas propriedades.
Nos seres humanos, estes hormônios são responsáveis por avisar o sistema digestivo: "Pode parar, você já comeu o suficiente por hoje", daí a relação.
O BNDF é um gene mais importante do que se pensava há até pouco tempo. Desde o desenvolvimento do feto, ele desempenha um papel fundamental na execução de sinapses, as comunicações entre os neurônios.
Uma mutação neste gene, a partir do momento que gera algum tipo de bloqueio nas sinapses, representa um grave risco de comunicação entre o cérebro e o corpo, e também dentro do próprio cérebro.
Os cientistas explicam que essa descoberta será útil na elaboração de novas estratégias de combate à obesidade. Uma mutação genética, tanto em ratos quanto em seres humanos, pode parecer um problema sem solução, mas os pesquisadores já trabalham para descobrir maneiras de garantir que a passagem de insulina e leptina sejam restauradas em pacientes com deficiência neste quesito. [ScienceDaily, Foto]
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