Extraído de: Tribuna da Imprensa - 25 de Dezembro de 2012
A oposição quer explicações do ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, sobre um encontro dele com o ministro Luiz Fux. do Supremo Tribunal Federal. As afirmações de Carvalho foram feitas, domingo no programa "É Notícia", da Rede TV.
Segundo Gilberto Carvalho, antes da indicação de Luiz Fux para o STF, ele o teria procurado e afirmado que o processo do mensalão "não tinha prova nenhuma" e que "tomaria uma posição muito clara" por ocasião do julgamento.
O deputado do DEM de Goiás, Ronaldo Caiado disse que tal informação deve ser apurada,com o devido rigor. "É um fato gravíssimo. Primeiro porque é um ministro antecipando seu voto em um julgamento. Segundo, que dá a entender que o Fux só foi indicado para o Tribunal porque havia se posicionado daquela maneira".
Para Caiado, a afirmação supõe, não apenas que Gilberto Carvalho trabalhou para a indicação de Fux ao Supremo, mas que o Executivo usou a prerrogativa de poder indicar os membros do STF para colocar lá uma pessoa com voto já declarado a favor do PT. "Cabe ao governo, principalmente à presidente Dilma, explicar por que nomeou o Fux."
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O senador potiguar José Agripino, presidente e líder do Democratas no Senado, também acha necessária uma explicação, diante da gravidade do ocorrido. "É uma bisbilhotice imprópria para um ministro de Estado. Fica claro que o Fux procurou o Gilberto para pedir ajuda na indicação".
Gilberto Carvalho foi chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na época do mensalão. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente poderá até ser investigado pelo Ministério Público por causa do mensalão. Isso porque Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, condenado a mais de 40 anos de prisão, afirmou, em setembro, à Procuradoria-Geral da República que Lula autorizou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT, com o objetivo de viabilizar o esquema. Valério disse, ainda, que despesas pessoais do ex-presidente foram pagas pelo esquema do mensalão.
Procurados pelos jornalistas, os senadores Eduardo Braga do PMDB do Amazonas, líder do governo no Senado, e Walter Pinheiro (BA), líder do PT, não quiseram se pronunciar sobre o assunto. O atual líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP), não foi encontrado o mesmo ocorreu com o deputado cearense, José Guimarães que será o próximo líder do partido na Câmara.
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