Gabriel Castro, de Brasília
Usuários do Bolsa Família em Salvador (Welton Araújo/Agência A Tarde/AE)
Irregularidades foram descobertas após análise do Ministério do Desenvolvimento Social; prejuízo estimado é de 330 000 reais por mês
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome admitiu nesta sexta-feira que mais de 2.000 políticos eleitos em 2012 receberam ilegalmente recursos do Bolsa Família. O ministério chegou à descoberta após cruzar dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a lista de beneficiários do programa.
Inicialmente, o tribunal investigou 2.221 vereadores, 41 vice-prefeitos e dez prefeitos em situação irregular. Depois de uma checagem nos dados, o número caiu para 2.168. Os benefícios foram cancelados e os políticos terão de devolver os recursos.
A legislação veda que ocupantes de cargos públicos recebam recursos do Bolsa Família – o que é desnecessário porque nenhum deles se encaixaria nos critérios de renda do programa.
O valor médio pago atualmente pelo Bolsa Família é de 152 reais. Nessa média, o prejuízo aos cofres públicos com as irregularidades descobertas pode ser estimado em 330.000 reais.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o cruzamento de dados é feito rotineiramente, e já havia acontecido nas eleições anteriores.O Bolsa Família atende 13,8 milhões de famílias no Brasil.
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