CORONEL AFIRMOU SEMANAS ANTES DE SER ASSASSINADO QUE LULA MANDOU MATAR 2 SINDICALISTAS

Comissão da Verdade do Rio divulga, na íntegra, depoimento do coronel Malhães

A Comissão da Verdade do Rio divulgou, nesta sexta-feira (30/5), durante o Fórum de Participação, a íntegra do depoimento que o coronel Paulo Malhães deu à CEV-Rio. O documento, publicado no site, é resultado de mais de 20 horas de conversas realizadas em dois encontros, nos dias 18 de fevereiro e 11 de março deste ano. O texto traz informações sobre a Casa da Morte, em Petrópolis, que teve Malhães como um de seus mentores, e era considerada uma espécie de “laboratório”; o desaparecimento do corpo do deputado Rubens Paiva; a ajuda que Malhães deu aos militares argentinos na captura de asilados no Brasil, entre outros assuntos. 
O presidente da CEV-Rio comentou a passagem que Malhães fala sobre a captura de um líder do grupo Montoneros, que foi entregue aos militares de seu país: “Essa parte do depoimento merece uma atenção especial, porque mostra a colaboração entre as ditaduras argentina e brasileira e nos ajuda a esclarecer outro capítulo: a colaboração entre os próprios agentes. Malhães fala, inclusive, que participou de interrogatórios na Argentina e no Uruguai. Nós buscaríamos mais detalhes com o coronel Malhães sobre isso, mas ele acabou sendo assassinado antes”.
O coronel foi encontrado morto em sua casa, um sítio em Nova Iguaçu, em 25 de abril, com sinais de asfixia. O laudo cadavérico, no entanto, indica que a causa da morte foi infarto. A principal linha de investigação da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense é latrocínio, roubo seguido de morte. Rogério Pires, ex-caseiro de Malhães, é acusado de participação no crime, assim como seus dois irmãos: Anderson, que foi preso, em sua própria casa em Santa Cruz, na última sexta-feira (30/5), e Rodrigo Pires, que está foragido. Segundo a polícia, Rogério teria confessado envolvimento no crime, mas ele nega isso. As investigações correm em segredo de justiça.
“Nós vamos pedir explicar ao juiz que decretou o segredo de justiça das investigações sobre a morte do coronel reformado Paulo Malhães e, dependendo dos motivos apresentados, poderemos pedir a revogação da medida. Não faz nenhum sentido o segredo neste caso, que é um assunto de interesse público”, disse o presidente da comissão.
Malhães disse ainda que participou, como repórter infiltrado, da operação em que foram desenterrados os restos mortais do deputado Rubens Paiva, admitiu participação na morte do militante da VAR-Palmares, Onofre Pinto, e admitiu que matinha uma relação próxima com o presidente Médici como descreveu uma conversa entre os dois: ‘aconteciam problemas, o Médici mandava me chamar no palácio. Ele perguntava, `E aí?’. Eu dizia, `O senhor quer que eu resolva? Eu resolvo’. (Médici respondia) `Então tá, Malhães, resolve’”. Detalhes revelados em mais de 240 páginas.
“O depoimento do coronel Malhães é denso, são mais de 23 horas de conversa e, por isso, achamos importante disponibilizá-lo na íntegra. Elaboramos um texto introdutório a partir do nosso ponto de vista e procuramos sublinhar que nós não assinamos embaixo o que ele nos contou. Pode ser verdade ou mentira e isso mostra a necessidade, e mais uma vez falamos isso, da abertura dos arquivos militares e de um pronunciamento oficial do Estado brasileiro”, destacou Wadih Damous.
Veja abaixo o depoimento:

CEV-RJ - O Lula mandou matar?

Malhães – Dois. Que na ordem de chegada pra ser presidente do sindicato estavam na frente dele.


Folha Política: Coronel afirmou, semanas antes de ser assassinado, que Lula mandou matar dois...
www.folhapolitica.org

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