Publicado no Estadão
Um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e divulgado pelo jornal Valor mostra que, no primeiro semestre deste ano, os deputados seguiram os interesses do Planalto em apenas 54,5% das votações na Câmara. Trata-se de um apoio menor até do que o dispensado ao presidente Fernando Collor de Mello (1990-92), que passou à história como um dos que mais atritos tiveram no Congresso e acabou sofrendo um processo de impeachment. Isso significa que nem todo o notável esforço que Dilma faz para acomodar em seu imenso Ministério os indicados pelos partidos governistas tem sido suficiente para lhe garantir a fidelidade necessária na Câmara.
Os números são eloquentes. O apoio parlamentar ao governo em plenário chegou a 75,4% no primeiro ano do mandato de Dilma, caindo para 64% nos dois anos seguintes, até despencar neste ano para 54,5%. Como comparação, Collor, que nem de longe tinha uma base de sustentação tão numerosa como a de Dilma, conseguiu apoio em 58% das votações em 1991, ano anterior ao do processo de impeachment.
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