Luciano André Zaparoli foi encontrado desacordado em um escritório, nos fundos da casa onde morava. (Foto: Reprodução/Facebook)
O estudante de medicina Luciano André Zaparoli, 33 anos, morreu na tarde de quarta-feira, dia 3, depois de, supostamente, inalar gás de buzina.
Segundo informações da Polícia Civil, investigadores encontraram diversos frascos de buzina de pressão à base de gás no quarto do jovem, que morava em Fernandópolis.
Em janeiro, uma estudante de Rio Preto ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por inalar o gás expelido pelo produto, uma combinação de butano e propano.
Em 2009, também em Fernandópolis, uma estudante de medicina morreu ao inalar o gás.
Luciano foi encontrado desacordado por um amigo da família em um escritório no fundo da casa onde morava.
O amigo tentou fazer massagem cardíaca para reanimar o jovem.
Não adiantou. Foi preciso acionar o Samu, mas o rapaz morreu a caminho da Santa Casa, por parada cardiorrespiratória.
Testemunhas que trabalham na casa informaram à polícia que o jovem teria passado o dia inalando o gás das buzinas.
O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), e o laudo que vai apontar a causa da morte deve ficar pronto em 30 dias.
O caso é investigado pelo 1º Distrito Policial de Fernandópolis.
Luciano era filho de Antonio José Zaparoli, que foi provedor da Santa Casa de Fernandópolis por cerca de 20 anos.
O pai do jovem morreu em janeiro de 2013.
Desde então, Luciano enfrentava problemas psicológicos, segundo um amigo da família.
"Ele era muito apegado ao pai", disse o amigo, que pediu para não ser identificado. Abalada, a família não falou sobre o assunto.
O enterro do estudante foi na quinta-feira, dia 4, no cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.
Outros casos
Em Rio Preto, uma estudante de 17 anos foi parar na UTI do hospital Austa depois de inalar gás de buzina em festa em um condomínio de luxo em janeiro.
Ela chegou ao hospital inconsciente e permaneceu internada por 10 dias.
Segundo o promotor André Luís de Souza, da Infância e Juventude, os adolescentes que estavam na festa vão responder pelo ato infracional de tentativa de homicídio.
Outro inquérito deve responsabilizar os pais dos menores.
O promotor também apura a suspeita de que outros dois adolescentes passaram mal por inalar gás de buzina na mesma festa.
Em Fernandópolis, outra estudante de medicina morreu depois de inalar a combinação de butano e propano em 2009.
Mariana Finazzi de Almeida, na época com 20 anos, usou o gás de buzina durante uma festa universitária.
Assim como Luciano, Mariana teve parada cardiorrespiratória e não resistiu.
O laudo pericial concluiu que a jovem morreu por ingerir bebida alcoólica e inalar propano e butano.
Segundo a farmacêutica Gisela Cipullo Moreira, do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital de Base (HB), os gases são derivados de petróleo, e entram no organismo a uma temperatura muito baixa, chegando a 20 graus negativos.
Por segundos, a combinação de gases substitui a oxigenação do cérebro, causando sensações de euforia, falta de ar e tonturas.
Não é possível prever como cada organismo vai reagir às substâncias.
"Depende da quantidade que a pessoa inalou e do organismo de cada um.
É algo individual.
Quem morre por inalar o gás de buzina pode ter misturado com álcool ou outros tipos de drogas.
Mesmo que tenha inalado apenas a mistura de gases, a gente nunca sabe quem vai ser mais fraco ou mais forte para aquilo", explicou Gisela.
Fonte http://www.diariodaregiao.com.br/cidades/policia/g%C3%A1s-de-buzina-pode-ter-sido-a-causa-da-morte-do-estudante-de-medicina-luciano-zaparoli-1.399137
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