É SURPREENDENTE TANTA COVARDIA E IMORALIDADE EM UM TRIBUNAL SUPERIOR
Parece que nem todos os crimes escandalosos do petrolão conseguem ser mais perigosos do que o “crime” de se opor ao governo, não é? STF corre o risco de se desmoralizar
Por: Reinaldo Azevedo 19/02/2016
É impressionante
o conjunto de forças que se conjuraram para tentar manter a presidente Dilma
Rousseff no cargo, infelicitando o país e nos conduzindo ao atraso.
Infelizmente, jabutis estão subindo em árvore dentro do Supremo como nunca
antes na história destepaiz. Atenção!
O que vem agora é do balacobaco.
Teori Zavascki, relator do
petrolão no Supremo, liberou nesta sexta para votação o inquérito que apura se
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, recebeu US$ 5 milhões de propina
para a contratação de um navio-sonda pela Petrobras.
Como se sabe, a
Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia contra ele. Se for aceita
pelo Supremo, o deputado se torna réu. Guardem essa informação.
Agora vamos a outro político
poderoso. Edson Fachin, liberou, no começo do mês, o inquérito que apura se
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, recorreu aos préstimos da
empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão a um filho que teve fora do
casamento.
Renan é acusado de falsidade ideológica, uso de documento falso e
peculato. O caso estourou em 2007.
Ele teve de renunciar à Presidência do
Senado.A denúncia do Ministério Público só chegou ao Supremo em 2013.
O relator era
Ricardo Lewandowski, que, como se diz, sentou sobre o processo.
Com a sua
ascensão à Presidência do Tribunal, passou para outro relator — no caso, Fachin.
Muito bem! O presidente do
Supremo chegou a ser indagado sobre quando poria em votação o caso Renan.
E ele
deixou claro que não tinha prazo.
E também evidenciou que o caso estava longe
de ser uma prioridade.
Pois bem: eis que a defesa de
Renan resolveu apresentar uma petição alegando falha processual. Sabem o que
aconteceu? Fachin retirou o processo e enviou a argumentação para a
Procuradoria-Geral da República — leia-se: Rodrigo Janot —, que dirá se a
questão procede ou não. Que prazo Janot tem pra fazê-lo? Indefinido.
Ah, mas com Cunha, podem
aguardar, será diferente.
Não! Eu não estou transformando
Eduardo Cunha em vítima de nada. Parece-me que ele está sendo vitimado é pela
sua biografia mesmo.
Mas peço que os senhores comparem o ritmo em que as coisas
avançam contra ele e o ritmo em que avançam contra Renan e os demais políticos
da Lava Jato.
Todos sabem que o senador é hoje
um dos principais esbirros do governo Dilma. O Senado é considerado um bastião
de resistência do governo, e Renan é o homem que garante essa unidade.
Já sabemos que os seis inquéritos
que há contra ele na Lava Jato andam a passos de cágado, e os três que há
contra Cunha, inimigo público da presidente, vão à velocidade da luz.
Cria-se, desta feita, uma
situação no próprio Supremo, com a pressurosa colaboração de Lewandowski, que
devolve para as calendas uma denúncia que chegou às mãos do agora presidente da
Corte em 2013.
Não dá para dourar a pílula, não
é? Até agora, em relação aos políticos, grave mesmo é a situação de quem se
opõe ao governo.
Na República de Banânia, a despeito de toda a roubalheira,
esse é ainda o pior crime.
Há ministros querendo
desmoralizar a nossa corte suprema em nome de uma agenda política.
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