Ex-marqueteiro do PT é alvo da nova fase da Operação da Lava Jato.
Se
ele não retornar ao Brasil, seu nome pode ser incluído na lista vermelha da
Interpol
Por: Eduardo Gonçalves22/02/2016
João Santana, o marqueteiro das campanhas eleitorais de Lula (2006) e
Dilma (2010 e 2014) (Patricia Stavis/Folhapress)
Alvo de um mandado de prisão
temporária expedido na 23ª fase da Operação Lava Jato, o marqueteiro do PT João
Santana se desligou nesta segunda-feira da campanha à reeleição do presidente
da República Dominicana, Danilo Medina.
A informação foi divulgada pela
assessoria de imprensa do publicitário.
Segundo a nota, ele desistiu em
"caráter irrevogável" da campanha porque está voltando ao Brasil para
se defender das acusações que considera "infundadas".
As eleições no
país caribenho acontecem em maio.
O baiano João Santana e a sua mulher,
Mônica Moura, são alvos da nova fase da Lava Jato, batizada de Acarajé.
As
investigações apontam que o casal recebeu dinheiro
do petrolão em contas mantidas por offshores no exterior.
Os investigadores afirmam terem fortes indícios de que eles sabiam da
"origem ilícita" dos recursos, que teriam sido remetidos pela
Odebrecht e pelo operador Zwi Skornicki, representante comercial no Brasil do
estaleiro Keppel Fels.
A assessoria informou o conteúdo da
carta que o publicitário remeteu ao Partido da Liberação Dominicana (PLD), de
Medina.
Aliás, na eleição presidencial de 2012, Santana foi o principal
articulador da campanha vitoriosa de Medina.
No texto, o publicitário diz que não
foi pego de surpresa com a notícia, tendo em vista o "clima de perseguição
que se vive hoje" no Brasil.
"Considero que esta é a melhor decisão
para não afetar de forma alguma os interesses do PLD nesta contenda
eleitoral", escreveu Santana na carta.
Em petição
encaminhada ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de
Curitiba, João Santana e a sua mulher afirmam que "já agendaram seu
imediato retorno ao Brasil, movimento que deve ocorrer nas próximas
horas".
A defesa comunicou ao juiz que eles vão se apresentar aos
investigadores e pede que sejam tomadas "medidas para que sua chegada ao
país não se transforme em um odioso espetáculo público".
Se eles não
retornarem, seus nomes serão incluídos na lista de difusão vermelha da
Interpol.
Confira
a carta na íntegra, em espanhol:
A
la atención del Comité Nacional de Campaña del PLD:
Me
dirijo a ustedes porque, como habrán conocido también por los medios de
comunicación, desperté esta mañana con la noticia de que mi nombre está siendo
ligado a una supuesta trama relacionada con el financiamiento de campañas
políticas en Brasil.
Conociendo
el clima de persecución que se vive hoy en día en mi país, no puedo decir que
me tomó completamente por sorpresa, pero aún así resulta difícil de creer.
Dadas
las circunstancias, les solicito a este Comité de Campaña desligarme con
carácter inmediato de la campaña en curso en República Dominicana.
Esto
me permitirá acudir a Brasil a defenderse de las acusaciones infundadas de que
estoy siendo objeto.
Cabe
señalar, que desde la pasada semana me puse a disposición de las autoridades de
Brasil para esclarecer cualquier especulación y que facilitaré toda la
información necesaria para dejar establecida la verdad de los hechos, más allá
de toda duda.
Asimismo,
considero que esta es la mejor decisión, para no afectar en forma alguna a los
intereses del PLD en esta contienda electoral.
Agradezco
la confianza depositada por ustedes en mi labor y tengo la certeza de que los
próximos comicios ratificarán la victoria del presidente y candidato Danilo
Medina y del PLD, para bien del pueblo dominicano.
Sin
otro particular, se despide atentamente.
João
Santana
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