Convenção
veta novos ministros do PMDB no governo Dilma
Moção aprovada no
evento proíbe filiados de assumirem cargos no governo nos próximos trinta dias,
até o partido decidir sobre rompimento
12/03/2016
A convenção nacional do PMDB
aprovou neste sábado uma moção que proíbe filiados de assumirem novos cargos no
governo federal nos próximos trinta dias, período em que o partido avaliará se
rompe com a presidente Dilma Rousseff e adota uma posição de independência no
Congresso. Deputados e dirigentes de oposição, favoráveis ao impeachment de
Dilma, pressionaram para que o veto fosse à votação, o que não estava nos
planos da cúpula do partido.
O
objetivo é evitar que o deputado Mauro Lopes (MG) venha a assumir a Secretaria
da Aviação Civil e se torne o oitavo ministro peemedebista no governo. A
decisão foi tomada com o plenário esvaziado, depois de o vice-presidente da
República, Michel Temer, deixar a convenção em Brasília acompanhado pelos
caciques do partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Apesar
do veto, Mauro Lopes deseja assumir o cargo que havia sido oferecido à bancada
de Minas Gerais pelo Planalto na última eleição da liderança do partido na
Câmara. Ele questionou a validade da moção, cuja votação não era prevista no
edital da convenção. Por causa da intenção de assumir a Aviação Civil, o
deputado quase perdeu o posto de secretário-geral do PMDB para o ex-ministro
Eliseu Padilha. Ao fim da convenção, porém, ele permaneceu na Executiva
Nacional, depois de a bancada mineira garantir que Lopes não será mais indicado
ao ministério, conforme o senador Romero Jucá (RR), agora primeiro
vice-presidente nacional.
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"Não
vamos aceitar nenhum cargo nos próximos trinta dias. Temer, precisamos decidir
essa questão política", cobrava o prefeito de Araraquara (SP), Marcelo
Barbieri. "Nós não deliberamos se vamos aceitar a cooptação por parte da
presidente Dilma para tentar desmontar o PMDB com novos cargos."
O
ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha ainda telefonou para o
vice-presidente e tentou conter a apreciação da moção. Primeiro, ele disse que
Temer recomendou uma consulta ao setor jurídico do PMDB. Minutos depois, entre
gritos de "saída já" e "fora PT", anunciou que a votação
seria liberada.
A
decisão foi comemorada por integrantes da Juventude do PMDB e deputados como
Carlos Marum (MS), Darcísio Perondi (RS) e Osmar Terra (RS). "Quem aceitar
qualquer cargo no governo a partir de agora e quem não sair vai estar expulso
do partido dentro de trinta dias", disse Terra. "Quem sustenta esse
cadáver insepulto desse governo são os governistas do PMDB", afirmou
Marum.
O
ex-vice-presidente da Caixa e ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA), atualmente
contrário à aliança com o PT, ainda tentou constranger o ministro da Saúde,
Marcelo Castro, ao cobrar abertamente - na mesa - que explicasse aos militantes
o motivo de ainda estar no governo.
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