"A República cai" se empreiteiras fizerem
delação, diz Delcídio
Na delação, senador apontou ligação entre financiamentos do
BNDES para empreiteiras e doações para campanhas eleitorais
Delcídio ainda
falou de lista sigilosa que mostra financiamentos do BNDES para as empreiteiras
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) acusou,
em delação premiada, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de sinalizar
"de uma forma muito sutil" a aprovação de financiamentos do banco de
fomento obrigando grandes empresas a fazerem doações para campanhas eleitorais.
Ele citou as empreiteiras Odebrecht,
Andrade Gutierrez e OAS – ao lado do grupo JBS – como algumas das principais
doadoras de campanhas eleitorais no País e avaliou que "a República
cai" se algum dos executivos das companhias vierem a colaborar nas
investigações da Operação Lava Jato.
·
"(Essas empreiteiras) atuam
ecumenicamente quando o a assunto é eleição. A Odebrecht e a OAS são mais
petistas, o que nunca as impediu de, evidentemente, apoiar candidaturas de
outros partidos.
A Andrade Gutierrez é mais 'tucana', o que não a impede de
apoiar outros partidos.
Não é por mera coincidência que estão juntas, entre
outros projetos, na Usina Hidrelétrica de Belo Monte", afirmou Delcídio
aos investigadores.
Segundo o delator, uma lista sigilosa da
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado - que foi presidida por
Delcídio - mostra os financiamentos concedidos pelo BNDES para as empreiteiras
em obras no exterior.
Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado
quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da
Operação Lava Jato.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato STF,
homologou hoje delação premiada do senador e abriu o sigilo dos autos.
Veja na galeria abaixo os
políticos citados na Operação Lava Jato:
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